ATA DA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 23.04.1999.
Aos vinte e três dias do mês de abril do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi
efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro
Martini, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei,
Paulo Brum, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores, Antonio Hohlfeldt, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Helena Bonumá, João Motta, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sonia
Saraí. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas
da Vigésima Terceira Sessão Ordinária e da Quarta e da Quinta Sessões Solenes,
que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador João Carlos
Nedel, 01 Pedido de Providências, o Pedido de Informações nº 53/99 (Processo nº
1276/99) e o Projeto de Resolução nº 11/99 (Processo nº 1133/99); pelo Vereador
João Dib, 02 Pedidos de Providências e os Pedidos de Informações nºs 51 e 52/99
(Processos nºs 1269 e 1273/99, respectivamente): pelo Vereador Fernando Záchia,
01 Pedido de Providências; pela Vereadora Tereza Franco, a Indicação nº 16/99
(Processo nº 1257/99). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 177, 178, 182, 183
e 184/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Vereador
Carlos Alberto Garcia formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando Voto de Congratulações, para consignar a vitória da
ULBRA/PEPSI pelo Bicampeonato da Liga Nacional de Vôlei. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador João Bosco Vaz comentou agressão a um casal de idosos
efetuada pelo Tenente Márcio Uberti Moreira, do Corpo de Bombeiros da Brigada
Militar, durante acidente de trânsito, alertando para a falta de preparo
profissional desse militar e requerendo o encaminhamento de Moção de
Solidariedade ao casal vítima da agressão e de Moção de Repúdio ao Tenente
agressor. Na oportunidade, o Senhor Presidente esclareceu que as Moções
requeridas pelo Vereador João Bosco Vaz devem ser encaminhadas à Mesa por
escrito. Também, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando que cópias do discurso proferido pelo
Vereador João Bosco Vaz sejam enviadas ao Coronel Roberto Ludwig, Comandante da
Brigada Militar. Após, constatada a existência de "quorum", foi
aprovado Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando Licença para
Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente
declarado empossado na vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Também, Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 24/99, discutido pelos Vereadores Elói Guimarães e Gilberto
Batista, 27/99, este discutido pelos Vereadores João Dib e Gilberto Batista, e
28/99, este discutido pelo Vereador João Dib; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº
01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 15/99, discutido pelos Vereadores
Gilberto Batista e Giovani Gregol, o Projeto de Lei do Legislativo nº 26/99,
este discutido pelos Vereadores João Dib e Gilberto Batista. Durante o período
de Pauta, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Cézar Santos
Alvarez, Secretário Municipal da Administração. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Lauro Hagemann, registrando o transcurso, hoje, dos cinqüenta anos de fundação
da Casa do Artista Rio-Grandense, solicitou o apoio dos Governos Estadual e
Municipal para a manutenção dessa Entidade, analisando questões relativas à
atividade do artista, em especial sobre seu reconhecimento como classe
trabalhadora. O Vereador Hélio Corbellini procedeu à leitura de fax da União
dos Escoteiros do Brasil, referente à passagem do Dia do Escoteiro,
parabenizando essa categoria e tecendo considerações acerca da importância do
escotismo como meio de formação integral do jovem, através da participação
deste em grupos embasados na convivência fraterna, na integração social e no
respeito ao meio-ambiente. O Vereador Luiz Braz teceu críticas à atuação
política de integrantes do Partido dos Trabalhadores, afirmando que este
Partido está seguindo uma linha ideológica marcada pelo "desrespeito, maniqueísmo,
totalitarismo, ilícito e obscuridão" e questionando os resultados, para a
população gaúcha, da prática desta ideologia na direção dos Governos Estadual e
Municipal. O Vereador João Dib criticou a contratação de funcionários por parte
da Secretaria Municipal de Saúde, através de cartas-contrato, em detrimento de
candidatos aprovados em concurso público e que estão esperando nomeação, e
citou legislação municipal e federal que restringe o uso desse tipo de
contrato. O Vereador Gilberto Batista questionou a Prefeitura Municipal quanto
à estrutura dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, especialmente o da
Microrregião 2, na Zona Norte da Cidade, declarando não existirem ali condições
mínimas de trabalho e solicitando a intervenção da Bancada do Partido dos
Trabalhadores para agendar audiência com o Prefeito Municipal acerca do
assunto. O Vereador Fernando Záchia atentou para a questão do sistema
eletrônico de fiscalização do trânsito em Porto Alegre, afirmando ocorrer pouca
informação a respeito da localização exata desses aparelhos e defendendo a
realização de campanha educativa para esclarecer a população sobre o tema. Na
oportunidade, o Vereador Gilberto Batista, através de Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitou a retirada dos Anais de expressão
utilizada referente à ausência do Vereador Guilherme Barbosa a Sessão de hoje,
tendo em vista que Sua Excelência encontra-se em Licença para Tratar de
Interesses Particulares. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt
teceu considerações sobre questões levantadas em relatório do Tribunal de
Contas do Estado, referente à auditoria realizada no Departamento Municipal de
Limpeza Urbana - DMLU, ao longo do ano de mil novecentos e noventa e sete,
salientando serem reincidentes os problemas assinalados nesse documento,
principalmente quanto à política de pessoal vigente no DMLU. O Vereador Adeli
Sell analisou irregularidades verificadas na concessão de auxílio-creche pela
Casa, criticando a ligação difundida na imprensa entre essas irregularidades e
a Bancada do Partido dos Trabalhadores e sugerindo à Mesa que sejam afastados
os servidores do Setor responsável por esse auxílio até o término da
sindicância instaurada para examinar o caso. A seguir, a Vereadora Sônia Santos
formulou Requerimento verbal solicitando que a Vereadora Helena Bonumá
prestasse informações referentes ao processo pelo qual o Prefeito Municipal de
Porto Alegre requer a argüição da inconstitucionalidade do Requerimento nº
56/99 (Processo nº 894/99), aprovado por este Legislativo. Após, o Vereador
Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando providências face ao
solicitado pelo Vereador Adeli Sell, em Comunicação de Líder, de afastamento
dos funcionários do Setor responsável pela concessão de auxílio-creche pela
Casa; o Senhor Presidente registrou que seria realizada reunião da Mesa dos
trabalhos para análise do assunto; os Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Antonio Hohlfeldt e João Motta, através de Questões de Ordem, formularam
questionamentos e manifestaram-se acerca do tema; o Vereador Antônio Hohlfeldt
formulou Requerimento verbal, solicitando análise dos apanhados taquigráficos
referentes à Questão de Ordem do Vereador Juarez Pinheiro e retirada, na mesma,
de termos de adjetivação negativa de funcionários da Casa. Também, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos sobre Ordem de Serviço assinada em mil
novecentos e noventa e oito pelo Vereador Luiz Braz, que prevê que cada Bancada
indique um assessor para permanecer no Plenário, tendo os Vereadores Luiz Braz
e João Bosco Vaz, através de Questões de Ordem, manifestado-se acerca do
assunto. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada
a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante neste período. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 13/97 que,
após ser discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, teve sua discussão adiada
por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador Décio Schauren. Durante a
apreciação deste Projeto, o Vereador Cláudio Sebenelo cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Antônio Hohlfeldt. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos sobre os Projeto de Lei do Executivo nºs 13 e 14/97, face
Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Décio Schauren e Antônio Losada.
Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 14/97 que
teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador
Adeli Sell,. Após, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador João
Dib, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 82/98 (Processo nº 1759/98).
Também, foi aprovado Requerimento do Vereador Adeli Sell, solicitando que a
Emenda nº 01, acima referida, seja dispensada do envio para apreciação de
Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 82/98, por vinte e nove votos SIM, após ser discutido
pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Maristela Maffei, Antônio Losada, Gilberto
Batista, Helena Bonumá, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol, Carlos Alberto Garcia
e Fernando Záchia e encaminhado à votação pelo Vereador Fernando Záchia, em
votação nominal solicitada pela Vereadora Helena Bonumá, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães,
Sônia Santos, Sonia Saraí, Tereza Franco, Gilberto Batista e Giovani Gregol. A
seguir, foi rejeitada a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 82/98,
por cinco votos SIM, dezenove votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser
encaminhada à votação pelo Vereador Fernando Záchia, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, João Dib, Pedro Américo Leal e
Tereza Franco, Não os Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Motta,
José Valdir, Luiz Braz, Paulo Brum, Renato Guimarães, Sônia Santos, Gilberto
Batista e Giovani Gregol e optado pela Abstenção os Vereadores Antônio Losada,
João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro e Sonia Saraí. Após, o Vereador João Dib
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
cópia da votação nominal do Projeto de Lei do Legislativo nº 82/98. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 49/98, após
ser discutido pelo Vereador Carlos Alberto Garcia. Em Votação, esteve o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 02/98, que deixou de ser apreciado face a
inexistência de "quorum". Na oportunidade, a Vereadora Sônia Santos
formulou Requerimento verbal, propondo Moção de Solidariedade aos moradores do
município de Guaíba, por terem sido suspensas as atividades de instalação da
montadora da Empresa Ford no Estado. Às doze horas e vinte minutos, constatada
a inexistência de "quorum" deliberativo, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro e Adeli Sell e
secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu, Adeli
Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA
(Requerimento): Solicito
voto de congratulações, em nome de todos os Vereadores, para consignar a
vitória da ULBRA pelo bicampeonato brasileiro de voleibol, extensivo à comissão
técnica, jogadores e à própria Federação Gaúcha de Voleibol. Esse título
engrandece muito o desporto do Rio Grande do Sul.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Deferimos o Requerimento de V. Exa. Nós
temos a certeza de que o voto de congratulações, formulado por V. Exa., é comum
a todos os Vereadores desta Casa. A ULBRA, sob o comando de Jorge Schmidt,
conseguiu de forma consecutiva o bicampeonato de vôlei da Liga Nacional e
merece todos os elogios desta Casa. Agradecemos o fato de o Vereador expressar
o nosso sentimento em relação a essa entidade.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Venho
indignado a esta tribuna, como indignada deve estar a população de Porto Alegre
frente à covarde agressão do Tenente-Bombeiro da Brigada Militar ao casal de
idosos, ocorrida na Av. Ipiranga. O que surpreende em tudo isso, o que deixa o
cidadão indignado é que esse agressor, cujas fotos estão na capa da Zero Hora
de ontem - uma seqüência de fotos da maior competência, do fotógrafo Mauro Vieira
-, esse cidadão continua solto, continua livre. No Correio do Povo de hoje -
para indignação nossa - a Brigada Militar informa que o Tenente vai continuar
trabalhando até que as investigações sejam concluídas. Que tipo de investigação
vai ser feita para comprovar o que está comprovado nos jornais? Esse
Tenente-Bombeiro não tem dignidade, não tem grandeza para vestir a farda da
Brigada Militar. Pelo amor de Deus, que preparo tem este cidadão que não
agrediu apenas um casal de idosos, agrediu a cidadania desta Cidade, agrediu a
cidadania de Porto Alegre? Um Tenente da Brigada Militar, e não está ai a
Corporação, está um cidadão desequilibrado, um cidadão sem competência, um
cidadão sem condições, que deveria proteger a comunidade, que deveria proteger
a cidadania, age como verdadeiro Pit Bull, age como verdadeiro monstro,
agredindo com uma barra de ferro, agredindo com palavras, agredindo com
pontapés esse casal.
Ontem
à noite tive a oportunidade de assistir à entrevista do cidadão que foi
agredido, na Delegacia onde ele estava para depor, e ele dizia que com certeza
vai precisar de um tratamento psicológico para poder se recuperar. O que é que
o superior imediato desse Tenente está esperando? Vai abrir sindicância. Mas,
que sindicância?! Se fosse um mortal qualquer, um civil, um soldadinho da PM,
um Cabo, um Sargento, com certeza estaria recolhido, estaria
administrativamente no quartel, não estaria trabalhando, estaria à disposição
para responder pelos seus atos de vandalismo, de agressão. Mas, o que se lê no
“Correio do Povo”, na “Zero Hora”, nos jornais, é que será aberta uma
sindicância e este cidadão vai continuar trabalhando. Continuando no trabalho
vai continuar sendo um perigo, uma ameaça à cidadania de Porto Alegre, um
perigo, uma ameaça à população de Porto Alegre. V. Exas. Senhoras e Senhores
Vereadores, tiveram a oportunidade de ver nos jornais de ontem as fotos, e elas
estão aqui. (Mostra as fotos.) Não há melhor sindicância do que esta. Não há
melhor prova do que esta, de que este Tenente agiu desequilibradamente, armado
com uma tranca de segurança do seu carro, o Tenente Márcio Uberti Moreira,
vamos repetir o nome: Márcio Uberti Moreira. Mas que culpa tem a Brigada
Militar se nas suas fileiras tem um desequilibrado mental? Que culpa tem o
Comando da Brigada Militar se nas fileiras há um homem que está preparado para
matar, para agredir? Precisamos separar esta situação: Brigada Militar, como
instituição, de um homem desequilibrado. Agora, este homem deveria estar
administrativamente preso. Mas não, está solto e trabalhando.
Para
encerrar, Sr. Presidente, não sei se devo fazer por escrito ou desta tribuna um
Requerimento solicitando uma Moção de Solidariedade a esse casal que representa
a cidadania de Porto Alegre, e uma outra Moção de Repúdio direto a este
Tenente, não ao Comando da Brigada Militar, mas diretamente ao Tenente Márcio
Uberti Moreira, pelos atos impensados que cometeu. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Bosco Vaz, em conformidade com
as disposições do Regimento, a Moção de Repúdio deverá ser feita por escrito.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer à
Casa que fossem enviadas as notas taquigráficas do pronunciamento do Vereador
João Bosco Vaz ao digníssimo Coronel Roberto Ludwig, Comandante da Brigada
Militar.
O SR. PRESIDENTE: Está deferido o Requerimento, Vereador
Adeli Sell.
Passamos
à
PAUTA
(05 oradores/ 05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
1000/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/99, de autoria do Ver. José Valdir, que
determina a numeração das paradas de ônibus do sistema municipal de transporte
coletivo urbano.
PROC.
1132/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Euclides Triches um logradouro público localizado no Bairro
Jardim Carvalho.
PROC.
1145/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/99, de autoria do Ver.
João Dib, que concede ao
Senhor Luís Roberto Andrade Ponte o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre.
3ª SESSÃO
PROC.
0813/99 – SUBSTITUTIVO Nº 01,
de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que dispõe sobre a condução, comercialização,
circulação e manutenção de animais da espécie canina no Município de Porto
Alegre e dá outras providências, ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/99, de autoria do Ver. Hélio
Corbellini.
PROC.
1124/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Ildo Meneghetti um logradouro público localizado no Bairro
Jardim Carvalho.
O SR. PRESIDENTE: O Vereador João Dib está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, dois
Projetos de Lei da Pauta de hoje me chamam especialmente a atenção. São dois
Projetos do Vereador João Carlos Nedel, que pretende denominar logradouros
homenageando dois ex-Governadores do Estado. Euclides Triches, que teve
excelente passagem no Governo do Estado, na Prefeitura de Caxias do Sul, no
Exército e por onde andou. Secretário de Obras do Estado, foi, realmente, uma
pessoa que merece o nosso respeito e consideração.
O
Governador Ildo Meneghetti, duas vezes Governador deste Estado e duas vezes
Prefeito de Porto Alegre, marcou, pela sua simplicidade, a sua presença
importantíssima na História do Rio Grande e do Brasil. Ele foi Prefeito
nomeado, depois disputou a eleição, vencendo o Sr. Leonel de Moura Brizola com
tranqüilidade, e fez um bom mandato nas duas oportunidades que esteve na
Prefeitura. Ingressei na Prefeitura no seu segundo mandato, em maio de 1952, e
pude acompanhar de perto a vida desse homem público extremamente simples e
dedicado a Porto Alegre, ao seu Internacional, ao Rio Grande do Sul e ao
Brasil. Foi um homem que não acumulou riquezas ao longo de uma vida pública
importantíssima.
Lembro
que, numa manhã, eu subia de carro a Rua Ramiro Barcelos, onde morava o
ex-Governador Ildo Meneghetti, e ele subia aquela rua com passos lentos, pela
sobrecarga dos anos, e ninguém parava para oferecer uma carona àquela figura
que governara o Rio Grande e Porto Alegre duas vezes. Eu tive a oportunidade de
parar e ele perguntou: “Aonde você vai?” Se eu não fosse no caminho dele, ele
não aceitaria carona, mas nós íamos pelo mesmo caminho e ele, então, aceitou a
minha carona.
Essa
era a figura extraordinária de um homem que agora está recebendo uma singela
homenagem desta Cidade.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero cumprimentar V. Exa., porque V. Exa. se refere exatamente a
um homem de enorme prestígio no Estado do Rio Grande do Sul e que ocupou cargos
da maior importância na nossa Cidade e em nosso Estado. Foi uma figura ímpar na
vida política do Rio Grande do Sul, apesar de divergências partidárias, não há
como não reconhecer o mérito, a capacidade e a figura singular desse
extraordinário rio-grandense.
Eu
penso que esta homenagem singela tinha que ser de muito maior porte e
expressão.
Uma
homenagem ao Engº. Ildo Meneghetti se soma a uma outra homenagem que já existe,
a do Viaduto construído pelo então Prefeito, Guilherme Socias Vilella, que
designou viaduto Ildo Meneghetti, justamente ali, naquele ponto onde, à
esquerda, acima do viaduto, morou esse Engenheiro.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato a V. Exa. pelo aparte que
enriquece o meu pronunciamento.
Mas,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma homenagem muito singela a um homem que,
felizmente, morreu com absoluta lucidez e pôde ver o Rio Grande homenageá-lo
ainda em vida.
Eu
quero, também, dizer que estamos propondo o título de Cidadão de Porto Alegre a
Luís Roberto de Andrade Ponte, o meu colega de turma, um homem que veio do
Ceará e, com o seu trabalho, enriquece a nossa Cidade, Estado e País.
Felizmente,
ele está recebendo uma homenagem em vida, quero que ele receba muitas outras
homenagens.
Fico
satisfeito porque vários Vereadores, na Pauta passada, se pronunciaram a
respeito dessa iniciativa dando a sua solidariedade. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. João Dib. O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
Projeto de autoria de Ver. José Valdir pretende numerar as paradas de ônibus do
transporte coletivo de Porto Alegre.
Nós
entendemos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tratar-se de um bom Projeto,
porque, inclusive, a Cidade tem memória, e a Região Metropolitana, muitas
vezes, estabelece a relação do local com o número. Aqui as vias em direção à
Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, as pessoas ficam estabelecendo a relação: nome,
número, local, pela numeração. Do ponto de vista do trânsito esse Projeto é até
pedagógico, educativo. Ele facilita a vida daquelas pessoas que têm pouca
instrução e que têm necessidade, muitas vezes, de um referencial toponímico ou
outro para saber onde descer do ônibus ou tomar o ônibus.
O
sistema de transporte coletivo por corredor já tem as suas paradas nominadas,
como, por exemplo, Estação São João - nesses locais, a Secretaria Municipal dos
Transportes deverá adotar algum critério para sua identificação -, mas, colocar
números nas paradas das artérias e demais vias é extremamente importante,
exatamente porque estabelece uma relação entre aquilo que a pessoa procura, ou
pretende buscar, com esse dado simples, que é o número, mais simples do que
determinadas localizações edificadas, por exemplo.
Então,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, fica aqui o nosso entendimento de que se trata
de um bom Projeto, e, como tal, haverá de receber a aprovação da Câmara
Municipal de Porto Alegre, pois ele se integra dentro de um esforço que faz a
Casa no sentido de melhorar a qualidade de vida da população, que tem, no
sistema da circulação do transporte coletivo, um dos meios para trabalhar, para
exercer suas atividades.
Reiteradamente
queremos dizer que se trata de um bom Projeto, porque vem beneficiar, de um
modo geral, a população de Porto Alegre, os usuários de transporte coletivo,
que têm, no número, uma forma de se situar no embarque e desembarque de ônibus.
Fica, portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a nossa manifestação favorável
ao presente Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa solicita licença
para tratamento de assuntos particulares no dia 23 de abril.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Guilherme Babosa e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
Com
a palavra o Ver. Gilberto Batista para discutir a Pauta.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
deixar os assuntos da Cidade para o tempo de Comunicação de Líder, porque quero
registrar a minha indignação por esses fatos lamentáveis ocorridos na Cidade.
Estamos
em período de Pauta, são poucos Projetos, mas de excelente qualidade. O
primeiro Projeto de Lei, de autoria do Ver. José Valdir, determina a numeração
de paradas de ônibus do sistema municipal de transporte coletivo urbano da
Cidade de Porto Alegre.
Como
já foi exposto desta tribuna, é um Projeto simples, mas de grande importância
para a nossa Cidade. O Projeto visa a situar o usuário do transporte coletivo
para visualizar as paradas em todos os sentidos, de circulação dos ônibus em
Porto Alegre, para aquelas pessoas que não sabem ler, que têm dificuldade em
entender as palavras que são colocadas nas placas, nas ruas da nossa Cidade de
Porto Alegre. Essa numeração é importante, porque traz a visualização e vai
pautar a nossa Cidade pela numeração, que acredito que vai facilitar a vida de
todos os cidadãos da Cidade. Também o comerciante terá um retorno positivo,
porque poderá informar o consumidor sobre a localização do seu comércio.
Conforme
falou o Ver. Elói Guimarães, as estações dos corredores de Porto Alegre também
deverão ser numeradas, além do nome, pois serão identificadas como: corredor nº
“tal” da Rua “tal”. Ficará mais fácil a localização, e esse Projeto, sem dúvida
nenhuma, irá prestar um serviço importante para a comunidade de Porto Alegre.
O
Ver. José Valdir não está no Plenário, no momento, mas quero, desde já,
parabenizá-lo por este Projeto, simples, importante e criativo, que acreditamos
seja aprovado por unanimidade.
Há
outros Projetos em Pauta relacionados a denominações de ruas, e quero
parabenizar o Ver. João Nedel, em duas oportunidades, denominando um logradouro
de Rua Euclides Triches, e outro, denominando Rua Ildo Meneghetti, ambos no
Bairro Jardim Carvalho, homenageando a história do nosso Estado e da nossa
Cidade, como bem frisou o Ver. João Dib. Ildo Meneghetti foi duas vezes
Governador do Estado e duas vezes Prefeito de Porto Alegre. Um homem simples,
carismático, que derrotou uma liderança importante no contexto nacional, que é
o Dr. Leonel Brizola. Foi também um colorado fanático, como muitos Vereadores
desta Casa.
Há
também o Projeto do Ver. Hélio Corbellini, que dispõe sobre a condução,
comercialização, circulação e manutenção de animais da espécie canina no
Município de Porto Alegre. O assunto é conhecido de todos, também os problemas
que dele decorrem. É uma preocupação justa e feliz do Vereador em entrar nesse
assunto de extrema importância e gravidade pelos fatos ocorridos em todo o
País.
Temos
uma Pauta rica, com poucos Projetos, mas todos de grande importância para a
Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta. Desiste. A Ver. Clênia Maranhão está com a
palavra. Desiste. O Ver. Antônio Losada está com a palavra. Desiste. O Ver.
Giovani Gregol está com a palavra.
Nós
queremos saudar a presença neste Plenário do Secretário Municipal da
Administração, Cesar Alvarez.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, faço
eco, também, à saudação feita ao companheiro César Alvarez, que aqui se
encontra nos prestigiando. Quero referir-me primeiramente e principalmente dos
Projetos dos nobres Vereadores Nereu D’Ávila e Hélio Corbellini, que tratam
especialmente dessa questão, que ultimamente tem sido tão calorosa, através da
nossa mídia nacional e local. Mas que não é a primeira vez que adquire essa
dimensão, da questão dos chamados cães, ou cachorros, também denominados
ferozes ou perigosos. E aí já começam algumas observações e divergências que eu
tenho com os Vereadores, especialmente em relação ao projeto do nobre Ver.
Hélio Corbellini, porque cão feroz não existe, qualquer cão pode ser feroz ou
não. Eu, modestamente, dediquei-me há muitos anos, há mais de 20 anos, a ler e
a pesquisar sobre esse assunto, especialmente uma ciência nova, que tem menos
de um século, mas é muito importante, que se chama Etologia, ciência que foi
criada pelo grande biólogo e cientista Conrad Lawrence que, graças as suas
pesquisas sobre o comportamento animal, ganhou o Prêmio Nobel há trinta ou
quarenta anos. É a ciência sobre o comportamento animal. E estou falando de
dados científicos, não estou falando de “achismo”. Quando tratamos de questões
como essa, questões biológicas, questões científicas, questões que envolvem as
espécies, usamos dados científicos, pois a etologia aplica-se ao comportamento
humano e animal, porque nós também somos animais - não só, mas também o somos -
e, segundo essa ciência, não existe cão feroz nem perigoso. Todas as raças de cães
existentes no mundo têm um único ancestral são descendentes de um único animal
- duas, no máximo -, que é o lobo. E pergunto aos senhores se existe lobo
mansinho? É assim como o ser humano, quando se vê prejudicado nos seus
interesses, principalmente os financeiros, e as pessoas do gênero masculino -
ou se “pise nos calos” de alguém! - vejam se também não se torna um lobo feroz!
Na sociedade de classes é exatamente isso que acontece, o maior come o menor, o
homem é o lobo do homem, como dizia Thomas Hobbes, o grande filósofo liberal.
Então, não há cães ferozes, tanto que a maioria dos cães que atacam e que
mordem são os de pequeno e médio porte que, por estarem por perto de cães
maiores, provocam acidentes maiores. Essa discriminação contra a raça Pit Bull,
essa coisa já folclórica, não tem nada de científico. Vamos pegar os livros e
ler. Posso até trazê-los aqui. Discriminar a raça de um cão não tem fundamento
científico.
Então,
se queremos castrar o animal, se pretendemos racistamente - e cito a palavra
com todo o conteúdo que ela possa ter - excluir esse animal, teríamos que
proibir todas as raças de cães, já que todos têm o mesmo instinto, todos são
descendentes de uma única espécie, que é o lobo. O lobo é um animal
dificilmente domesticado, até nas lendas é tido como um animal extremamente
feroz.
Nós
somos contra, juntamente com todas as associações de proteção aos animais do
mundo, junto com todos “kennel clubs”
do mundo, somos contra esse tipo de atitude, temos que tomar outras
providências de controle e penalização dos proprietários que ensinam mal e
adestram os seus cães para a violência. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
minha presença na tribuna hoje é para saudar um acontecimento de significação
para mim e para uma imensa categoria profissional, hoje se comemoram 50 anos da
Casa do Artista Rio-Grandense, 23 de abril é a data de fundação da Casa do
Artista.
O Sr. Pedro Américo Leal: E dia de São Jorge.
O SR. LAURO HAGEMANN: Dia de São Jorge, é um santo forte.
Recordo, com muita emoção, a figura carismática de um artista porto-alegrense
que foi um dos fundadores da Casa do Artista, o Senhor Antônio Amábile, mais
conhecido como Piratini. Esse é o nome que embasa esses 50 anos da Casa do
Artista. Há um outro colega radialista, ainda vivo, felizmente, que veio
depois, Cândido Norberto. São os dois grandes nomes da Casa do Artista.
O
Ver. Luiz Braz pede que eu fale também em seu nome, já que pertence a essa
categoria e está ligado, por laços profissionais, aos artistas
porto-alegrenses.
Essa
categoria que raramente obtém o reconhecimento público oficial. Os artistas são
aplaudidos em seus espetáculos, em suas manifestações, mas não têm ainda aquele
reconhecimento da sociedade, como uma categoria efetiva que compõe a sociedade,
como qualquer outra classe: operária, educadores. Os artistas são artistas. Até
pouco tempo eram considerados seres quase que extraterrestres, não tinham
amparo da Previdência. Hoje, a Casa do Artista lá da Rua Anchieta, já cumpriu
uma das suas grandes finalidades que é a de abrigar os artistas desvalidos.
Hoje, com a Previdência, com modificações que ocorreram através dos tempos, é
raro ver um artista jogado na sarjeta, ainda existe, mas são poucos, e para
esses a Casa do Artista está lá, à disposição. Nós estamos tentando fazer um
trabalho de integração da Casa do Artista com a FESC, a exemplo do que foi feito
com o Lar da Amizade que é uma casa de passagem para cegos. Queremos que a Casa
do Artista Rio-Grandense, através de um convênio com a FESC, se transforme em
um abrigo permanente de anciões que não têm para onde ir, que não têm mais
parentes, que não têm mais nada na vida, a não ser um resto de vida que deve
ser bem aproveitada e bem vivida. Mas esse é um processo que está em andamento,
estamos encaminhando propostas à Prefeitura para que a questão transite por
esse lado.
Registro, com muita efusão, a passagem dos 50
Anos da Casa do Artista. Ela foi dirigida, ao longo do tempo, por várias
figuras notáveis, como Dante Barone que, por muitos anos foi diretor do Theatro
São Pedro, e hoje a Casa do Artista está sendo dirigida por João Gonçalves, um
abnegado cidadão que, às custas de seu próprio esforço, seu próprio ganho a
mantém funcionando. Faço um apelo para que o poder público, não só municipal,
mas também estadual, atentem para a situação da Casa do Artista, pois é um
patrimônio histórico que não pode ser ignorado, que não pode ser perdido. Por
isso, neste dia dos 50 Anos da Casa do Artista, quero cumprimentar a todos
aqueles que passaram por essa fase da vida, para que se sintam homenageados.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
quero ler um fax que recebemos da União dos Escoteiros do Brasil/RS. “Num
momento em que os valores éticos tornam-se pauta principal de encontros
empresariais, tema muitas vezes visto como secundário no mundo dos negócios, o
Movimento Escoteiro reforça sua caminhada para o crescimento, apoiado também
pela grande sensibilização que vem ocorrendo, para a participação no Terceiro
Setor e os trabalhos voluntários, tendo como lema ‘É tempo de Crescer’. A atual
gestão da União Dos Escoteiros do Brasil vem aprimorando seus esforços para
alcançar suas metas de crescimento. O Escotismo tem quase um século de
existência. Foi criado e desenvolvido pelo inglês Robert Banden-Powell
(1875-1941) e é um movimento educacional para jovens, com a colaboração de
adultos, unidos por um compromisso livre e voluntário. É um movimento de
educação não-formal, visando à formação de atitudes e desenvolvimento de
habilidades, contribuindo para que o jovem assuma seu próprio desenvolvimento.
Auxilia o jovem a construir sua própria escala de valores, orientada pela livre
aceitação de compromisso para com Deus, para com a Pátria e para com o próximo,
e de um código de conduta que, por não estar baseado em vetos, proibições e
restrições, incentiva-o a manter atitudes positivas diante dos desafios com que
se defrontará ao longo de sua vida.
Para
alcançar o seu propósito, o Escotismo emprega o Método Escoteiro, que se define
como um sistema de auto-educação progressiva e que constitui num todo integrado
em que se combinam diversos elementos: Lei e Promessa, aprender fazendo vida em
equipe, atividades progressivas, atraentes e variadas. Estas atividades são
desenvolvidas utilizando jogos como instrumento de educação e a vida ao ar
livre, além da interação com a comunidade.”
Hoje,
23 de abril, também é o Dia do Escoteiro, e nós, com orgulho, em nome do PSB,
vimos dar parabéns à União, lembrando que existem no mundo cinqüenta e sete
mil, quatrocentos e setenta e dois grupos de escoteiros. Isso está ligado a
nós, porque somos escoteiros. Os escoteiros nos ensinaram a sociabilização,
Ver. João Dib; os escoteiros nos ensinaram a cozinhar; os escoteiros nos ensinaram
a interação com o meio ambiente, se bem que muitos dizem que Baden Powell era
um militar ligado ao colonialismo inglês. A verdade é que, hoje, a tarefa que
os escoteiros vêm desenvolvendo na sociedade e, todos os dias, vemos nos
jornais, na televisão, nas rádios, nas campanhas de apoio à assistência, é esse
trabalho voluntário que tanto precisamos para trazer a solidariedade entre as
pessoas. Meus parabéns aos Escoteiros, que caminhe a proposta que eles têm, que
se crie uma liga parlamentar no Estado do Rio Grande do Sul, como já há no
mundo, e que se possa, de forma desprendida, através das boas ações dos
escoteiros, cada vez mais contribuir, minimamente que seja, para a
solidariedade entre os povos.
Eu
vou deixar aqui, neste tempo de Liderança, ao Ver. Giovani Gregol, com relação
ao seu pronunciamento, para nos responder em outro momento. Primeiro, não
confundir excepcionalidade com discriminação. Penso que o Ver. Giovani Gregol
não entendeu o Projeto. A outra pergunta é: qual é a conseqüência entre a mordida
de um Pit Bull, de um Dog Argentino, de um Dog Brasileiro, de um Rottweiler?
Qual a diferença entre a mordida desses cães para a mordida de um Fox Terrier?
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvi,
atentamente, o Ver. Adeli Sell em sua vã e tíbia tentativa de defesa frente a
uma prática política miliciana e totalitária que o Rio Grande e o Brasil desconheciam,
mas que repudiamos. O Ver. Adeli Sell e o PT podem ficar tranqüilos, o PTB não
quer lhes ensinar, pois como V. Exas. já sabem tudo, não fiquem aflitos, nada
temos a lhes ensinar. Quero deixar claro a V. Exas., nossa ética é outra, é de
respeito ao contraditório, às instituições democráticas, aos nossos
companheiros e adversários, mas, principalmente, com o máximo de cuidado no
trato da verdade e da democracia, coisas que talvez V. Exas. possam ter
esquecido. O PTB entende por ética política, urgente e veementemente, repudiar
o desrespeito, o maniqueísmo, o totalitarismo, a intransigência, o ilícito e a
obscuridão. O que não entendemos, e queremos alertar os companheiros do PT e,
principalmente, o Ver. Adeli Sell, é sua passividade e sua mudez frente aos
exemplos de insensatez que aqui denunciamos e alertamos. Vejamos alguns fatos
que sequer mereceram qualquer consideração do PT, que, aliás, se fossem
cometidos por qualquer outro Partido, seriam objeto de protestos, execrações e
linchamento moral, independentemente de qualquer sério julgamento.
Quando
uma Vereadora desta Casa, hoje Deputada, e uma Deputada Estadual de seu
Partido, patrocinam a invasão do Plenário da Assembléia, desrespeito que nem
nos períodos revolucionários ousaram cometer, isso é irrelevante, não tem a
menor importância. Alguns dos manifestantes foram premiados sendo nomeados
Secretários de Estado e dirigentes de estatais.
Quando
o Secretário de Obras do Município tentou patrolar ilegalmente área cedida ao
Sport Club Internacional, não tem importância, afinal, é só mais um clube
burguês e que aliena nosso povo; portanto, não precisa existir. O Secretário
não foi nem advertido, mesmo quando o Clube obteve ganho judicial,
restabelecendo-se o direito e a legalidade.
Quando
o Mercado Público do Bom Fim, prédio tombado pelo Patrimônio Histórico da nossa
Cidade, é totalmente demolido, isso também é coisa menor, não tem importância.
Jamais poderá o Mercado Público, herança da Exposição do Centenário da
Revolução Farroupilha, ser reconstruído, simplesmente jogaram no lixo um dos
marcos históricos mais importantes de nossa Cidade, ninguém foi
responsabilizado. Mas, parece que será o Ministério Público quem tomará a
iniciativa de buscar os responsáveis, mas a Prefeitura ou o PT, nada!!! Nem uma
censura, silêncio total.
Quando
execram publicamente dirigentes fundadores de seu Partido, sem que qualquer
acusação lhe fosse apresentada ou formulada, isso também não tem importância,
afinal, essa prática conhecida e, infelizmente, aplicada no PT, é fruto de uma
das mentes mais doentias de nosso Século, o malfadado General nazista Goebbels,
- vamos relembrar a Cartilha do Jornalista Guaracy Cunha, - “uma mentira dita
mil vezes torna-se verdade”, e isso é fascismo.
Quando
se destroem áreas de pesquisa do Estado, em Livramento ou em Cachoeira do Sul,
sendo apenas bois ou grãos, e, mais uma vez, também não tem importância.
Pesquisa científica só é válida, quando realizada por nossos professores ou
militantes, as outras não importam, são menores, numa clara manifestação de
menosprezo pelo conhecimento.
Quando
Vereadores são barrados em um Posto de Saúde do Município, em pleno exercício
de seus deveres, também é sem importância. Como sendo apenas uma funcionária,
essa sim deverá responder por seus atos e como Pilatos: “lavaram suas mãos”.
Quando
cercam as Prefeituras como as do Alto Uruguai, conforme fartamente noticiado,
com ameaças veladas, constrangimento ilegal e coação, prescritas como crime no
Código Penal, contra prefeitos e denunciantes da grave extorsão aos
agricultores nos financiamentos do PRONAF, isso não é problema, não sendo do
PT, é rotina sem importância; aliás, orientação do próprio Partido.
Quando
a Administração Pública, aventureiramente, intervém no transporte público de
Porto Alegre, gerando um prejuízo para a população que passará dos duzentos
milhões; isso é coisa sem a mínima importância, afinal não será o PT que irá
pagar.
Duzentos
milhões de prejuízo para a população de Porto Alegre pagar, e os nossos colegas
do PT têm o desplante de ficar culpando o Governo Federal pela falta de verbas
em várias áreas, mas não falam do prejuízo, como se não tivessem
responsabilidade alguma. Falta pouco para começarem a culpar a ONU, o Vaticano
- o PT não tem culpa!
Para
finalizar, Sr. Presidente, não vou-me calar. Eu e o PTB não nos calaremos.
Repudiamos veementemente essa prática criminosa de tolerância, acobertamento e
conivência com o delituoso, o ilícito e o obscuro.
Não
compactuamos com a invasão, com a fraude, com acusações levianas e irresponsáveis,
com o totalitarismo, e muito menos com agressões às nossas instituições, que
devemos todos lutar para preservar e fortalecer.
Seu
Partido, o PT, tem dezenove anos, portanto já é maior de idade e eleitor. Tem
idade suficiente para saber que sua puberdade passou, a sua adolescência
terminou, é hora de assumir as responsabilidades da vida e, principalmente, do
Estado; com respeito ao próximo e às instituições, com seriedade no trato da
coisa pública e da memória do nosso povo, mas, fundamentalmente, com respeito
às idéias dos mortais, dos homens, mulheres e seus partidos, que talvez não
sejam como vocês - homens e mulheres mudos, cativos, mas deuses infalíveis,
acima do bem e do mal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no
início deste mês, mais de cento e cinqüenta municípios gaúchos tinham
emergência decretada; dois ou três calamidade pública decretada. Eu me preocupo
seriamente que para o município do interior o Tribunal de Contas exija este
tipo de lei, de decreto, este tipo de responsabilidade perante à legislação
brasileira, e, para Porto Alegre, nem o Tribunal de Contas nem o Ministério
Público parece que estão preocupados com as irregularidades, diariamente,
ocorridas.
Pela
primeira vez eu tenho, nas mãos, uma cópia da carta-contrato que a Prefeitura
continua fazendo na Secretaria Municipal de Saúde com o auxiliar de enfermagem,
enfermeiros e médicos de forma absolutamente irregular.
Diz
a Lei nº 8666, Lei das Licitações, que em caso calamidade pública ou de
emergência podem ser contratadas pessoas para atendimento médico. No caso da
lei municipal, repete o artigo 24 da Lei 8666 e diz que em caso de emergência ou
calamidade pública pode contratar. Eu já fui Prefeito, já decretei emergência e
já decretei calamidade pública em Porto Alegre, retirei, imediatamente após,
porque os problemas se resolveram.
A
Prefeitura não decreta emergência no caso da Assis Brasil e deveria decretar,
porque é um crime para a Cidade o que está acontecendo naquele avenida e que
interessa a todos nós. Mas voltando à carta-contrato da Prefeitura Municipal,
apesar de ela se referir à lei municipal e à lei federal, a lei municipal diz que
se contrata por cento e vinte dias e a lei federal diz que é por cento e
oitenta dias improrrogáveis. Então, a presente carta-contrato, apesar de
referir a lei municipal, tem vigência de cento e oitenta dias a contar da data
da assinatura.
A
cláusula da rescisão é que é importante: “A presente carta-contrato poderá ser
rescindida:
3
- quando cessar a emergência que justificou o presente acordo laboral, ou na
ocorrência de eventual nomeação de candidato aprovado em concurso público. “
E
aí, nesses dois casos, especialmente aos candidatos aprovados em concurso
público é que eu quero me referir. Este documento foi trazido ao meu gabinete,
mas eu sei que a Comissão de Saúde recebeu também o mesmo documento, e algum
outro Vereador recebeu também. Tem o caso do médico otorrinolaringologista
concursado e que se colocou em terceiro lugar, já concursado, já assinou duas
cartas-contrato, porque eu leio, porque eu acompanho. Só não foi chamado para o
cargo para o qual ele foi concursado e aprovado, porque o segundo colocado
filho de alguém ligado ao Pronto Socorro está no Canadá. Se chamarem, aquele
segundo colocado, passa para o fim da fila e o terceiro ocuparia o seu lugar.
Então não chamam. Vejam que há médicos concursados, prontos a receber
legalmente as funções de médico do Pronto Socorro, mas a Administração
Prefeitoral não pretende isso. Existem seiscentos e oitenta e três Auxiliares
de Enfermagem concursados, aprovados e até agora nomearam cinqüenta e quatro,
mas diariamente cartas-contrato são expedidas. Na carta-contrato diz que no
momento em que houver concursado a carta se rescinde. Mas parece que não é o
que acontece. A Prefeitura usa de dois pesos e duas medidas ou muito mais
medidas e muito mais pesos, fazendo de forma absolutamente irregular,
absolutamente ilegal, e eu não entendo o Tribunal de Contas, não entendo o
Ministério Público aos dois eu já recorri. Espero que a Câmara, através da
Comissão de Justiça, tenha mais sensibilidade e resolva encarar o problema e
enquadradar o Prefeito na responsabilidade que tem. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. João Dib.
O
Sr. Gilberto Batista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Utilizo o espaço de Comunicação de Líder para alertar a população de Porto
Alegre, através de um levantamento feito por este Vereador, do descaso da
Prefeitura de Porto Alegre em relação às estruturas fornecidas aos nossos
Conselhos Tutelares de Porto Alegre. Hoje não existe nenhuma condição para que
o Conselheiro Tutelar possa exercer a sua função, que é de muita importância
para a nossa criança e o nosso adolescente. Não dar condições de trabalho para
essas pessoas é o mesmo que deixar de atender as crianças que recebem muitos maus
tratos na nossa Cidade. Cito, por exemplo, a Microrregião nº 02, que atende a
Zona Norte de Porto Alegre, onde existe apenas uma linha de telefone, que é
dividida com o Posto da Guarda Municipal, localizado no mesmo prédio do
Conselho Tutelar, tornando inviáveis contatos emergenciais com outros órgãos
até mesmo para atendimento de denúncias gerais. Há apenas uma kombi para
atender todos os chamados de denúncia e para a locomoção de menores para
hospitais ou abrigos administrados pela Prefeitura. Vejam os senhores que para
atender toda a demanda da Zona Norte de Porto Alegre existe apenas um telefone
e uma kombi. É uma queixa geral, até mesmo dos Conselheiros ligados ao PT, de
que os abrigos administrados pela Prefeitura, como o Miguel Dario e o Odila Gay
da Fonseca são abertos, proporcionando a fuga de menores nos horários em que
eles tomam sol ou nos horários de diversão ao ar livre, colocando abaixo todo o
trabalho que o Conselheiro teve anteriormente. O menor é recolhido pela Brigada
Militar, levado para o Conselho Tutelar e o Conselheiro remove o menor para o
abrigo, do qual acaba fugindo por ser um espaço aberto. Os Conselheiros dizem
que já é rotina conduzir os mesmos menores para os abrigos da Prefeitura.
Em
todas as microrregiões, onde existem Conselhos, faltam funcionários. Além dos
cinco Conselheiros, há uma estagiária administrativa e um administrativo. O
ideal seria, pelo menos, mais uma estagiária e mais um administrativo e,
principalmente, uma monitora, que não há em nenhum Conselho de Porto Alegre.
Até a pessoa que faz a limpeza na Microrregião II tem dividida sua tarefa e
limpa todos os outros Conselhos. Com isso, os Conselheiros se envolvem em
limpar seu ambiente de trabalho e, como administrativamente faltam
funcionários, fazem a parte administrativa desses Conselhos, deixando de
atender às denúncias que chegam, por falta de tempo.
A
falta de segurança foi outro item abordado pelos Conselheiros. Só a
Microrregião II foi assaltada duas vezes, colocando em risco a vida de todos os
que lá estavam. O desrespeito para com os Conselheiros é tanto, senhores, que
muitos fazem jornadas estafantes, na sede do prédio da Microrregião II. Esses
Conselheiros começam às oitos horas e vão até às doze horas; reassumem o
comando às treze horas e trinta minutos, mas o horário de largar não existe até
resolverem os problemas que lhes é dado para solucionar. Nos plantões da
Central, como é chamado, é pior. Já houve plantão de algum Conselheiro que foi
das dezesseis horas de um dia às oito horas da manhã do outro dia.
Senhoras
e Senhores Vereadores, de todo este relato que faço, deixo visível a falta de
política assistencial à criança e ao adolescente de Porto Alegre. Por tudo
isso, reivindicam, todos os Conselheiros de Porto Alegre, uma melhor estrutura.
Desde o dia 28 de janeiro a Coordenação de todos os Conselhos solicitou uma
audiência com o Sr. Prefeito para relatar essas dificuldades e solicitar
atendimento para essa falta de estrutura. Mas o desrespeito, arrogância com os
Conselheiros e com a população de Porto Alegre é muito grande, pois o Sr.
Prefeito nem respondeu à solicitação de audiência que esses coordenadores
fizeram. Não entendo o Sr. Prefeito: não atende os Conselheiros, que são
subordinados à Secretaria do Governo Municipal, que é dirigida pelo meu grande
amigo José Fortunati e, por isso - infelizmente, o Ver. Guilherme Barbosa,
Líder do PT, não está presente no Plenário - solicito à Bancada Petista,
Bancada da Administração Popular, ao Vice-Prefeito José Fortunati, que levem ao
Sr. Prefeito as reivindicações desses Conselheiros, que são justas e permitem o
bom funcionamento dos Conselhos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pelo PMDB.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores.
Tenho me manifestado publicamente sobre um tema que começa a preocupar a cidade
de Porto Alegre, que diz respeito à colocação dos “pardais” e “caetanos” em
nossa Cidade. Ninguém quer, nesta Casa, com certeza, defender a impunidade.
Entendemos que aquelas pessoas, aqueles motoristas que cometem infrações de
trânsito, evidentemente devam ser multados. Mas, o que está chamando a atenção
deste Vereador e de boa parte da população de Porto Alegre é a pouca informação
quanto à colocação, à instalação e locais onde estão sendo instalados esses
“pardais” e “caetanos”. Já disse, desta tribuna, que na primeira semana, de 29
de março a 05 de abril, foram autuados quinze mil infratores, isto somente em seis
pontos, com três “pardais” e três “caetanos”. De lá para cá - mais de quinze
dias - já foram instalados mais quatro pontos. Ora, se em seis pontos somente
foram aplicadas quinze mil multas, multiplicando-se essas quinze mil multas por
cinqüenta e duas semanas, vamos chegar a um número superior a setecentas mil
multas/ano, o que representa uma arrecadação superior a cem milhões de reais.
Tanto discutimos nesta Casa a respeito do IPTU, e constatamos que o IPTU deverá
arrecadar, em 1999, aproximadamente 58 a 59 milhões de reais. O número dessas
multas, mantendo esta média, tende a aumentar, porque hoje já foram colocados
mais três equipamentos. Como diz o Código Nacional de Trânsito, é
obrigatoriedade da EPTC reinvestir em trânsito a arrecadação obtida com as
multas. Então, a tendência, cada vez mais, será a de instalar esses aparelhos.
Não
estamos aqui querendo dizer que não devam ser multados os motoristas infratores
ou que as multas devam ser perdoadas. Por que a EPTC perdoou estas quinze mil
primeiras multas? Porque ela mesma constatou que o cidadão, o motorista está
pouco informado sobre o que é proibido. Através de um Pedido de Providências,
no início do mês de março, salientávamos e pedíamos ao Executivo Municipal para
que, antes da instalação, antes de fazer uso desse equipamento, a EPTC
realizasse uma grande campanha informativa, elucidativa para a população de
Porto Alegre, para que não houvesse esse rigorismo nas multas, para que não
ocorresse essa fúria tributária. São cem milhões de reais! Em nenhuma das
grandes cidades do mundo há esse rigorismo! Nenhuma delas instala esses
equipamentos sem uma campanha informativa.
Acho
que esse debate tem que continuar e envolver a sociedade, porque nós devemos
achar um meio de ter um trânsito seguro, sem violência, mas sem essa fúria de
multar e de arrecadar.
A
informação da EPTC, de que esses “caetanos” e “pardais” foram instalados em
locais onde a incidência de acidentes de trânsito é muito grande, não é
verdadeira! O cruzamento onde mais ocorrem acidentes em Porto Alegre é o da Rua
Silva Só com a Avenida Ipiranga. E lá não há nem “caetano”, nem “pardal”. Ora,
foram instalados equipamentos na Avenida Ipiranga, entre as ruas Salvador
França e a Cristiano Fischer, onde existe uma grande movimentação, principalmente
de alunos da PUC; foram instalados aparelhos na descida da Rua Cristiano
Fischer, nos cruzamentos das avenidas Ipiranga com João Pessoa, avenidas
Ipiranga com Azenha, na Avenida Protásio Alves com a Rua Vicente da Fontoura;
estão sendo instalados na avenidas Nilo Peçanha com Carlos Gomes. Claro que são
locais onde há um número considerável de acidentes, mas não são os locais de
maior incidência de acidentes. Se o objetivo da EPTC é diminuir o número de
acidentes, ela também tem de fazer uma grande campanha informativa para a
população. E, além disso, deve ser feita uma boa sinalização, e não
simplesmente colocar uma única placa dizendo que ali existe uma fiscalização
eletrônica. Não! Devemos fazer com que haja uma sinalização clara! Estou
preocupado, e a população de Porto Alegre também, com o grande número de multas
decorrentes da instalação de “pardais” e “caetanos”. Acho que devemos continuar
esta discussão envolvendo a EPTC que, simplesmente, coloca aparelhos e não
informa à população, aparelhos que possibilitam, através de multas, uma
arrecadação de mais de cem milhões de reais por ano. Daqui a trinta dias,
quando começarem a chegar as multas a esses motoristas que, porventura, estavam
andando em torno de 62, 63 km/h em locais onde é permitido 50 km/h, aí sim, vai
começar, por parte da população, a inconformidade com a pouca campanha
explicativa ou elucidativa feita pela EPTC. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista, em Questão de
Ordem, solicitou a retirada da expressão “ausente” do seu pronunciamento,
referindo-se ao Ver. Guilherme Barbosa, o que foi deferido de plano pelo Sr.
Presidente.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no ano
passado, Vereadores de oposição chegaram a comentar um episódio ocorrido em
1997 envolvendo o DMLU, segundo o qual este teria consertado caminhões e
caçambas da Prefeitura Municipal de Alvorada.
Na
ocasião, o episódio foi, no primeiro momento, desmentido, e, posteriormente,
como era impossível manter o desmentido, foi dito que efetivamente o fato havia
ocorrido, que havia o ressarcimento legal e que, portanto, as coisas estavam
todas legalizadas.
No
entanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho em mãos o relatório do
conselheiro Gleno Ricardo Scherer, do Tribunal de Contas do Estado, que faz a
análise de uma auditoria ordinária realizada no DMLU ao longo do ano de 1997.
Neste relatório, com quase vinte páginas, levantam-se algumas questões em torno
do DMLU, não por ocorrerem em si, porque até algumas poderiam ocorrer por
desatenção eventual da Administração, mas porque todas elas são de reincidência
do órgão, ou seja, já foram detectadas, alertadas e cobradas por parte do
Tribunal de Contas, em ocasiões anteriores, e não foram atendidas pela direção
do DMLU.
A
primeira delas, talvez das mais significativas, porque envolve os funcionários
públicos, mostra que empregados ingressaram sem concurso público, foram
admitidos após 5 de outubro de 1983, e não estão contemplados pela estabilidade
constitucional prevista no art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais da
Carta Magna, sendo essa situação reincidente.
O
DMLU não apenas descumpre a lei em relação à forma de admissão de funcionários,
o que prejudica totalmente os cálculos de salários em relação aos concursados,
como também é reincidente quanto aos aspectos legais por não garantir
estabilidade a esses funcionários.
Mais
do que isso, contrariando a legislação, o vale-alimentação continua sendo pago
em moeda corrente. Além disso, continua havendo servidores em desvio de função.
O Tribunal relaciona oito funcionários, pelo menos, que se encontram em desvio
de função. A maior parte deles são garis desviados para funções
administrativas: D. Rosa Maria dos Santos Rosa, D. Tânia Regina dos Santos
Coelho, D. Lídia Teresinha Coelho da Silva, D. Maria Beatriz Barbosa Pereira,
Sr. Júlio César Lima Zin, Sr. João Batista da Cruz, Sr. Luís Fernando da Silva,
também situação reincidente e que, evidentemente, descumpre a legislação
vigente.
O
mais grave, no entanto, Sr. Presidente, ocorre na área da despesa, o tal
conserto do caminhão da Prefeitura de Alvorada, e eu leio: “Muito embora o DMLU
tenha emitido a guia de cobrança em 10 de março de 1998, até junho de 1998 a
referida dívida ainda não havia sido saldada pela Prefeitura Municipal de
Alvorada”.
Isso
aqui é a autêntica ação entre amigos uma prefeitura ajuda outra prefeitura;
quem paga somos nós que pagamos o imposto na Cidade.
O
mais curioso é o ponto seguinte: “Acidente de veículo - ressarcimento de
danos”. No dia 3 de junho de 1997, um caminhão do DMLU teria abalroado um
veículo do Sr. Cândido Luís Soares. O cidadão, no seu direito, entrou com um
processo administrativo contra o DMLU; foi pago no dia 24 de setembro; depois,
o DMLU fez a sindicância, tendo concluído que o culpado era o motorista
particular e não o motorista do DMLU. Mas, aí, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
o pagamento já havia sido feito, e, até hoje, segundo consta no relatório do
Tribunal, não houve o ressarcimento ao DMLU.
Nós
temos outras questões, sobretudo em relação a licitações feitas pelo DMLU, que
descumprem a legislação em vigência.
Como
o meu tempo terminou, eu guardo a continuação do relatório do Tribunal de
Contas para a próxima Comunicação de Líder na segunda-feira que vem.
Essa
é a administração transparente que nós temos em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
senhoras, senhores, nós não temos o cavalo branco de São Jorge, nem suas
lanças, para nos defender como se defendeu São Jorge/Ogum do monstro, mas nós
vamos enfrentar o monstro, que lança, não chamas, mas veneno, aos quatro
ventos. Nós temos as nossas armas, as armas da decência, as armas da ética e a
história do povo brasileiro que nós resgatamos, em todos os momentos, para
lembrar à Nação Brasileira que neste País se lutou contra a prepotência, contra
a injustiça. Continuamos, como continuamos na Câmara de Municipal de São Paulo,
presidindo uma Comissão de Ética, uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que
está colocando a nu o que se faz de errado numa Câmara de Vereadores.
Aqui,
em Porto Alegre, há dias, de forma sorrateira, de forma, inclusive, ilícita se
fez uma investigação e se lançou para a imprensa, tentando vincular um problema
real que existia - relacionando o problema de uma pessoa, em especial, que
falsificou um recibo para receber benefício de creche - à Bancada do Partido
dos Trabalhadores. E, mais especificamente, se vinculou este fato à nobre
Vereadora Sonia Saraí, que acabava de assumir a sua titularidade nesta Casa.
Perguntamos
àqueles que são tão ciosos, tão preocupados, que patrocinaram este tipo de
enlameamento: por que não pediram o afastamento dos responsáveis daquele setor?
E
eu o faço, agora, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, para que se
afastem as pessoas até o final desta sindicância, porque fica evidente que
houve incúria neste setor, que houve falta de zelo, para o bem dos servidores
desta Casa, zelosos em regra geral, com as coisas que aqui acontecem. Para o
bem desta Casa e para o bem de todos os procedimentos, estamos requerendo esta
questão à Mesa.
De
nossa parte, não ficará pedra sobre pedra para esconder qualquer problema. Não.
Em absoluto. Teremos sempre a paciência budista para explicar à população os
ataques que a nós são desferidos. E vamos explicar, sem dúvida nenhuma, porque
todos entenderão. E se preciso for, creio que teremos que passar em praça
pública alguns filmes históricos, que alguns provavelmente não viram, como os
julgamentos dos processos de Nuremberg, para mostrar o que é, de fato, o
nazifascismo e o que significou isso para os nossos irmãos judeus. Quando nós
fizemos disputas políticas, ah!, isso é um turbilhão de guerra, são os tanques
de Slobodan Milosevic que estão fazendo com que os nossos irmãos kosovares
passem fome e miséria no mundo! Querem nos igualar àqueles que perseguem,
àqueles que matam, quando nós, na Assembléia Legislativa, com algumas pessoas
referenciais, invadimos o Plenário. Mas quem invadiu as nossas casas, quem
invadiu o patrimônio, quem dilapidou o patrimônio foi o ex-Governador Antonio
Britto, como também está fazendo, neste momento, o Presidente da República,
quando o Governo de Fernando Henrique Cardoso e a sua base de Governo, atolado
em lama, quer transformar essa lama em pizza.
Terão que chamar o “Mister M”, porque não conseguirão, pois nós estaremos
vigilantes! Os nossos Senadores e nós aqui estamos vigilantes, colegas
Vereadores! Nós não temos nada a esconder. Não temos as armas de Ogum, não
temos as armas de São Jorge, mas temos as armas da decência! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. SÔNIA SANTOS (Requerimento): Sr. Presidente, na Sessão do dia 12,
deste mês, na discussão do Requerimento da Vera. Tereza Franco para a colocação
de uma placa com o nome das pessoas que foram cassadas, a Vera. Helena Bonumá
subiu à tribuna e fez menção de que o Prefeito havia recorrido à Justiça e
teria ganho, argüindo inconstitucionalidade da matéria. Eu requeiro que a Ver.
Helena Bonumá informe a esta Casa o número do referido processo e a Vara em que
tramitou o tal processo.
O SR. PRESIDENTE: Não é exatamente um Requerimento à Mesa. Pediremos, mais tarde, que a Ver.
Helena Bonumá dê os esclarecimentos à Vera. Sônia Santos.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento):
Sr. Presidente, o Ver. Adeli Sell, durante a sua intervenção, em Comunicação de
Líder, considerando a forma com que vinha sendo conduzido na Casa o setor de
creches, o controle e concessão desse benefício, fez uma solicitação para que,
durante o período da sindicância, que ora se realiza, sob a Presidência de um
Procurador da Casa, que as pessoas responsáveis por esse setor fossem
afastadas. Eu solicito a manifestação de V. Exa sobre este Requerimento.
O SR PRESIDENTE ( Nereu D’Ávila): Os funcionários da Casa?
O SR. JUAREZ PINHEIRO: A intervenção do Ver. Adeli Sell,
respondendo a uma intervenção feita pelo Líder da Bancada do PTB, que lançou
sobre a Bancada do PT, sobre o Partido, uma série de inverdades, o Ver. Adeli
Sell, em resposta, quando este Vereador examinava alguns documentos que eu
requeri e pude sumariamente verificar que o setor, realmente - isso é muito
sério, Sr. Presidente - era mal organizado, um setor que propiciava que
houvesse as corrupções. É um setor que, a meu juízo, era corruptor, porque
permitia que pessoa, até de boa-fé, viessem a ter práticas escusas, tamanha
permissividade dada para a concessão do benefício de creche. Então, neste
sentido, a nossa solicitação é para que as pessoas diretamente envolvidas,
durante a sindicância, sejam afastadas.
O SR. PRESIDENTE: Ouço, perplexo, diante da gravidade das
palavras do Ver. Juarez Pinheiro. Diante disso, desde logo, tomo uma decisão
preliminar para que nos primeiros dias da semana que vem façamos uma reunião da
Mesa, em caráter extraordinário, para averiguar isso, já que eu, neste momento,
colhido de surpresa, não tenho condições, é evidente, de tomar nenhuma decisão
unilateral em relação à situação funcional aludida. Mas como houve uma
manifestação de Bancada do Ver. Adeli Sell - evidentemente pela Bancada - e
agora do 1º Vice-Presidente, considero bastante graves as palavras. Nós não fugiremos
da situação, vamos enfrentá-la, com serenidade e altivez.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu
pediria que esta reunião convocada por V. Exa. não fosse apenas de Mesa, mas
também de Lideranças, já que interessa para toda a Instituição. Em segundo
lugar, será a primeira vez que pessoas, absolutamente decentes, levantam um
problema e, por levantarem o problema, são punidas.
O SR. PRESIDENTE: Por enquanto não houve punição,
Vereador.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, acho que é exemplo do que
está acontecendo com os Prefeitos do Alto Uruguai que, por denunciarem
corrupção, acabam tendo suas Prefeituras cercadas pelos líderes dos sem-terra,
acobertados pelo PT.
O SR. PRESIDENTE: Vereador Luiz Braz, pelo que V. Exa.
explicitou é que teremos muito cuidado nas próximas decisões. Vossa Excelência
disse que foram punidos. Não, ninguém foi punido, nem os possíveis culpados, de
parte dos funcionários de gabinete, pois a sindicância ainda não foi concluída,
e muito menos foram punidos os funcionários da Casa.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, nós
queremos adendar a nossa intervenção e dizer que se alguém foi punido até este
momento, de forma injusta, foi o Partido dos Trabalhadores e pessoas que,
injustamente, tiveram seus nomes enlameados, de uma forma absolutamente
irresponsável, por pessoas ligadas ao PTB.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, por favor, agora estamos em uma
discussão política, e eu não vou poder permitir. Fugiu à discussão das questões
funcionais. Agora é discussão política.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): O Ver. Juarez Pinheiro citou o PTB, que
não tem nada a ver com o assunto, a não ser o interesse que o Partido tem pela
Casa, pela Cidade e pela sociedade. O PTB não está ligado, em momento algum,
aos fatos das denúncias. Aplaude todos os funcionários que estiveram
envolvidos, porque alertou a Mesa, o Presidente e esta Casa sobre corrupção
aqui dentro; e eu acho que é a obrigação do funcionário público.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
eu não tenho acompanhado essa situação de perto e, portanto, sinto-me tranqüilo
em relação a ela, mas quero solicitar a V. Exa. que examine a transcrição
taquigráfica da intervenção do Ver. Juarez Pinheiro. No meu entendimento, ele
acaba fazendo um pré-juízo dos funcionários, e não sei se ele tem ou não razão,
mas entendo que não pode ficar no discurso do Vereador a passagem em que ele
acusa os funcionários, na medida em que não há nenhum processo que conclua
alguma coisa. Requeiro que V. Exa. examine os apanhados taquigráficos e mande
retirar, se assim entender, a passagem em que ele adjetiva os funcionários.
Nada mais do que isso, não tenho nada contra todo o restante do discurso, só
acho que ele foi um pouco além, na medida em que ele adjetivou os funcionários
e fez um pré-julgamento. Isso seria injusto com a Casa, não apenas com os
funcionários, e até com o Ver. Juarez que sabe disso e tem tido um
comportamento sempre ético aqui dentro.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem razão, eu já pretendia examinar
as notas taquigráficas com cuidado, já que realmente o Ver. Juarez usou a
palavra corruptor de funcionários da Casa. Já disse da gravidade, fiquei
perplexo com as palavras, mas evidente que tudo isso será analisado pari passu com os demais componentes da
Mesa. Quanto ao Requerimento do Ver. Luiz Braz, ainda não estou convencido de
que, nesse primeiro momento, deva ampliar-se para as Lideranças. Acho que é um
assunto administrativo grave e a Mesa, sobre ele, deve debruçar-se e, talvez,
em seguida, com as Lideranças. Estou com medo, estou vendo desbordando uma
situação que já estava sob controle, de uma sindicância rápida por mim
instaurada com pessoa acima de qualquer suspeita, que é um Procurador,
recém-nomeado, com experiência advinda de um outro Órgão Estatal, a Rede
Ferroviária Federal, portanto uma sindicância escoimada de qualquer conotação
de vinculação política com qualquer facção e agora vejo, no Plenário, uma
discussão eminentemente política e que está desbordando para questões que vão
para um sentido muito perigoso.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente. Já que fui nominado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, não tenho como
não voltar aqui, neste microfone de apartes, para dizer ao Vereador que não
tenho, de fundo, nenhuma discordância com a intervenção de V. Exa. O que este
Vereador disse aqui é que é tamanha a permissividade, é tamanha a incúria no
Setor que ele acaba gerando um processo corruptivo. Eu disse e mantenho isso,
não retiro uma vírgula, e quero dizer que não estou fazendo julgamento de nenhum
funcionário, isso é da prática administrativa, sempre que alguma pessoa está
sendo investigada, que ela seja afastada. Não fiz juízo de mérito, nem julguei
ninguém como fizeram com os nossos companheiros de Partido. Apenas estou
reforçando o Requerimento do Ver. Adeli Sell que as pessoas responsáveis por
esse Setor, durante o período da investigação da sindicância, sejam afastadas.
Repito, Ver. Antonio Hohlfeldt, acho que a permissividade permitiu que
existisse um sistema corruptor que, inclusive, envolveu pessoas inocentes que
acabaram, tamanha a permissividade, se envolvendo com irregularidades.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mantenho a Questão de Ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Juarez Pinheiro, V. Exa. está
trazendo um problema para o Plenário. Isso já havia sido entendido, é grave a
sua alocução, mas nós pediremos as notas taquigráficas. Eu já entendi o que V.
Exa. disse, por isso temos de tomar uma decisão coletiva da Mesa, é um assunto
administrativo, a Mesa é quem lidera esta Casa.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu entendi o Processo, aqueles funcionários que zelosamente
cuidaram dos interesses da Casa e trouxeram o problema até V. Exa., não estão
sob suspeita, não estão sendo investigados, e não entendo que em um processo
administrativo, seria a primeira vez que isso iria acontecer, que pessoas sejam
retiradas de suas habilitações.
O SR. PRESIDENTE: Correto, Ver. Luiz Braz, assim como V.
Exa. tem o direito de defendê-los, o Ver. Juarez Pinheiro tem de acusá-los. Como
ele acusou enfaticamente, ele é o 1° Vice-Presidente, e houve uma manifestação
objetiva de uma Bancada, nesta Casa, e eu não tenho como deixar de averiguar a
acusação. Não estou tomando posição a favor ou contra alguém, mas não posso
deixar o assunto como se não tivesse ouvido.
O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Registro que a nossa Bancada concorda com
o encaminhamento dado pela Presidência, neste momento, com relação a essa
polêmica. Peço que possamos retomar aos trabalhos normais da Sessão, já que o
assunto está devidamente encaminhado.
O SR. PRESIDENTE: A Questão de Ordem pedida por V. Exa.,
Ver. Antonio Hohlfeldt, foi atendida por mim, mas em parte. Quero olhar as
notas taquigráficas para averiguar a situação. Não posso, ainda, na segunda
parte da Questão de Ordem, mandar retirar, porque não posso fazer censura no
pronunciamento do Vereador.
Ver.
Antonio Hohlfeldt, essa questão será examinada. Vou fazer uma solicitação às Bancadas. Ontem houve uma reunião de
Mesa, onde foi abordada a questão dos assessores no Plenário. Chegou às nossas
mãos uma Ordem de Serviço do - então Presidente - Ver. Luiz Braz, do ano
passado, que prevê que cada Bancada indique um assessor para permanecer no
Plenário. A Mesa ontem ratificou tal Ordem de Serviço. Peço que as Bancadas,
através de suas Lideranças, que encaminhem a esta Presidência o nome do
funcionário de suas respectivas Bancadas que permanecerá no Plenário. Os
demais, nós pediremos, gentilmente, que não permaneçam no Plenário. É uma Ordem
de Serviço do Ver. Luiz Braz e que a Mesa ratificou, ontem.
O
Ver. Adeli Sell alerta-me que esta Ordem de Serviço não é aleatória, ela está
estribada no Artigo 142 do Regimento, que diz que durante as Sessões, inciso
VIII, cada Bancada poderá credenciar somente um assessor para acompanhar os
trabalhos no recinto do Plenário. De modo que a Ordem de Serviço do Ver. Luiz
Braz não é aleatória, está estribada legalmente no Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): V. Exa. tem absoluta razão. Esta Ordem de
Serviço foi feita para que o Plenário tivesse toda a ordem possível, para que
pudéssemos desenvolver os trabalhos. Eu solicito a V. Exa. para que estudasse,
juntamente com a Mesa Diretora, um local para que os outros Assessores tenham
um assento num local privilegiado a fim de que eles possam ter um acesso rápido
ao Plenário.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no mesmo segmento do Ver.
Luiz Braz, eu sugiro à Mesa que credencie pelo menos três funcionários por
Bancada, mas que apenas um fique em Plenário. Pode ser que este funcionário
esteja fazendo um outro trabalho ou esteja em outra atividade e se não houver
dois suplentes credenciados, o trabalho da Bancada fica prejudicado.
O SR. PRESIDENTE: Não prejudicaremos as Bancadas. V. Exa.
pode ficar certo. A sugestão de V. Exa. é razoável, vamos ver se, depois, a
Mesa ratifica.
Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Requeiro, Sr. Presidente, que sejam
votados, pela ordem, os Projetos a seguir: PLE nº 013/97, PLE nº 014/97, PLL nº
082/98 e PR nº 049/98.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. João
Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1353/97- PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/97, que autoriza o Poder Executivo a alienar
imóvel do patrimônio municipal a Jorge Fernandes e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82,
§ 1º, VIII, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para discutir o PLE nº 013/97.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este
Projeto que entrou nesta Casa em abril de 1997 e chegou até a Comissão de
Educação e Cultura, da qual fazia parte este Vereador, em agosto do mesmo ano
teve uma tramitação razoavelmente célere, tendo em vista as dimensões do processo.
Na ocasião, como membro da Comissão e relator do processo, eu pedia uma
diligência ao Executivo para esse processo. Fazia uma série de indagações que
envolviam dúvidas em torno de abertura de ruas, alegadas pelo Município, e que
na visualização dos mapas a necessidade de permutas, de aquisição de imóveis
por parte da Prefeitura, num determinado momento, que era esse que
examinávamos, se apresentavam absolutamente desnecessárias. No caso aqui a Rua
Ângelo Barbosa, no Jardim das Palmeiras, a Rua Panambi, enfim, ruas pequenas,
que têm um tráfego localizado. E no entanto, num determinado momento, o
Município resolvia tomar providências, é evidente que provocado pelos
proprietários, dentro do encaminhamento que é normal, mas que, no nosso
entendimento, provocava uma questão: isso era necessário? Isso era urgente?
Isso era uma questão imediata para o Executivo? Essa diligência foi enviada ao
Executivo em setembro de 1997, assinado o ofício pelo Presidente da Casa, na
ocasião o Ver. Clovis Ilgenfritz, em 17 de setembro, e retornado a esta Casa no
dia 11 de dezembro de 1998 apenas. Ou seja, o Executivo ficou exatamente um
ano, um ano exatamente o Executivo ficou com esse Projeto em diligência. Do dia
17 de setembro de 1997 até 11 de dezembro de 1998.
O
curioso, Sr. Presidente, é que o Processo, retornando à Casa - e aí peço a
atenção do Vereador Presidente sobretudo para essa questão - não foi enviado a
este Vereador que era o proponente da diligência, mas se deu continuidade à
tramitação do mesmo. Chega a hora da votação do Projeto sem que, em nenhum
momento, este Vereador tenha tido ciência das respostas à diligência, do que
foi colocado pelo Prefeito da Cidade e pela sua assessoria.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nesse sentido, e por que tenho sido extremamente
liso em relação a esses processos, e dizia ao Vereador Losada no início deste
ano, em relação a nossa Comissão, que gostava de olhá-los, porque me sentia
tranqüilo quando eles chegavam aqui na Casa. E eu tenho dado pareceres
favoráveis sem maior problema, quando entendo que eles estão corretos.
O
Vereador Antônio Losada com extrema simpatia tem-me possibilitado examinar
esses processos, aliás, dois ou três passaram pelas minhas mãos, examinamos e
demos parecer favorável.
Sr.
Presidente, indago da Mesa se caberia a este Vereador pedir que o Projeto, ou
de comum acordo com a Bancada do PT, tivesse sua votação adiada por uma Sessão,
ou retirado da pauta na medida em que não cumprida, strictu sensu, uma questão básica: ao Vereador que pediu uma
diligência não teve o processo de volta para exame. E por não ter idéia das
respostas que foram dadas às questões levantadas, pretendo votar contrário ao
Projeto, embora não goste de fazê-lo.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, o Ver. Cláudio
Sebenelo se inscreve e cede o tempo a V. Exa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Vereador Cláudio Sebenelo.
Gostaria de fazer esta discussão antes que fosse votado o Projeto, para que
tenhamos toda a tranqüilidade no momento da sua votação.
O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada informamos a V. Exa. que
vamos pedir o adiamento da votação deste Projeto por uma Sessão, para que V.
Exa, que tem sido bastante zeloso no trato desses processos que tratam do
patrimônio público, possa examinar devidamente o Projeto. Achamos justa a
reivindicação de V. Exa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Vereador Décio Schauren.
Quero, apenas, ter a possibilidade de ler a resposta à diligência que pedimos,
porque o processo não me foi devolvido para conhecimento, para votar com a
absoluta tranqüilidade como tenho feito, aqui, ao longo dos anos, em todos os
processos. Acho que tenho, às vezes, com toda a humildade, ajudado a Prefeitura
a resolver pequenos problemas. Ainda hoje, por exemplo, nós estamos com um
Processo que me foi distribuído, Ver. Antônio Losada, uma área que nós temos
dúvida, quanto, inclusive, à legitimidade de vender o leito de um rio para um
particular, é uma dúvida que nós tivemos, estamos falando inclusive aqui com a
Assessoria Jurídica da Casa, para termos uma primeira orientação. Então, meu
pedido é no sentido de dirimir qualquer dúvida, não estou colocando, Ver. Décio
Schauren, nenhuma dúvida sobre o processo, apenas, como se levantou na ocasião um
problema, eu gostaria de poder pelo menos ler a resposta que me foi enviada. E
agradeço, portanto, ao Ver. Décio Schauren e à Bancada, pela confiança. E eu
não quero impedir nada, Sr. Presidente, de maneira que eu não sei como o Ver.
Décio Schauren vai encaminhar, se nós sustamos a partir de agora, ou não, mas
enfim, eu gostaria que depois a Diretoria Legislativa, dentro desse
encaminhamento do Ver. Décio Schauren, então, me fizesse chegar às mãos este
Processo, eu examinaria no final de semana, e obviamente, na segunda-feira pela
manhã, retornaria o processo à Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Requerimento): Presidente, eu sugiro se não houver
nenhum Vereador inscrito para o debate deste processo, que nós votássemos
imediatamente o adiamento, dando, evidentemente, o tempo necessário para que o
Ver. Antonio Hohlfeldt possa examinar devidamente as respostas do Executivo.
O SR. PRESIDENTE: Não há Vereador inscrito para discutir.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1354/97- PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/97, que autoriza o Poder Executivo a
permutar imóveis do patrimônio municipal por imóveis de propriedade de Adão
Anésio Lima da Cruz e Construtora Maestri Ltda.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82,
§ 1º, VIII, da LOM.
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Questão de Ordem): O Ver. Antonio Hohlfeldt me alerta que há
dois Projetos de alienação de imóveis na Ordem do Dia de hoje, que tratam do
mesmo assunto e parece que a diligência era sobre os dois Projetos. Então, nós
já poderíamos pedir o adiamento dos dois.
O SR. PRESIDENTE: Seria o próximo, então das folhas 10 (PLE
nº 014/97). Os dois estão relacionados com a diligência. Eu creio que os dois
ficam com a mesma situação.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Solicitamos, então, o adiamento do PLE
nº 14/97 por uma Sessão.
O SR. ANTÔNIO LOSADA (Questão de Ordem): Nós sugerimos o adiamento do processo da
página 9 (PLE nº 13/97), agora, o da página 10 (PLE nº 14/97) já passou por
todas as Comissões, Ver. Antonio Hohlfeldt, inclusive com aprovação de quatro
Comissões Técnicas desta Casa, portanto, acho que não seria necessária a
transferência.
O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador, mas não é esse o fulcro
da controvérsia.
O SR. ANTONIO LOSADA: Tendo em vista que realmente envolve a
Rua Panambi, e a Rua Ângelo Barboza, talvez então haja um interesse comum.
O SR. PRESIDENTE: A questão levantada pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt é que quem fez a diligência não teve tempo hábil para estudar a
resposta do Executivo. É um pequeno problema, eu acho que não vai prejudicar,
acho que os dois podem ser transferidos por uma Sessão, Vereador.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Eu retiro, Sr. Presidente, a proposta.
O SR. PRESIDENTE: Eu agradeço a gentileza de V. Exa., como
sempre, um cavalheiro.
Em
votação o Requerimento, do Ver. Décio Schauren, de adiamento de discussão por
uma Sessão dos PLE nº 13/97 e do Ver. Adeli Sell requerendo o adiamento do PLE
nº 14/97. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
1759/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/98, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de os estabelecimentos comerciais de qualquer
natureza afixarem o horário de seu funcionamento em local de fácil
visualização.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Hélio Corbellini: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e votação PLL nº
82/98. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Aprovado pelas Comissões de Constituição e Justiça, Economia, Finanças e
Orçamento e Defesa do Consumidor, vem em boa hora o Projeto do Ver. Fernando
Záchia, que obriga os estabelecimentos comerciais de Porto Alegre a publicarem
na sua face exterior a divulgação dos horários de atendimento desses
estabelecimentos.
Esta
é uma lacuna na relação entre comerciantes e consumidores que há muito tempo
deveria ter sido corrigida. Este Projeto, por sua simplicidade, por sua
obviedade, e pelo alto conteúdo de contribuição para a melhora das relações
comerciais entre comerciantes e consumidores, é um Projeto como aquele da lavra
do Ver. José Valdir, sobre a numeração das paradas de ônibus, que são de
extrema simplicidade, mas de imensa contribuição para a população em geral.
Este é um projeto inteligente, que faz com que o comerciante obrigue-se não só
a publicar os horários, mas, daí em diante, a cumprir os horários. É uma
transformação para a prática da obrigação e do respeito com que o comerciante
tem que pautar a sua atividade para com os seus consumidores. Mais do que isso,
é uma forma de assegurar não só a abertura do estabelecimento, mas também de
assegurar o emprego das pessoas que trabalham naquele estabelecimento. É um
Projeto que tem, inclusive, um alcance social importante, que faz com que o
comerciante estabeleça com o seu consumidor uma relação de respeito e, mais do
que isso, faça com que a abertura da instituição comercial no horário
estabelecido assegure o acesso dos seus consumidores, assegure a melhor relação
entre comerciante e consumidor e, além de tudo, pela simplicidade, é um Projeto
que beneficiará não só o dono da casa de comércio, mas também os funcionários,
uma vez que assegurará seus empregos e o respeito aos consumidores que, às
vezes, do outro lado do balcão, são tão esquecidos, haja vista essa imensa
dificuldade sofrida pelas pessoas desempregadas que querem trabalhar nos fins
de semana e não conseguem, porque a lei não permite.
Eu
acho que se encaminha aqui um Projeto, a seguir, de trabalho e de oportunidade,
no momento em que o País vive a mais dolorosa chaga do desemprego, para que nos
feriados e fins de semana passe a haver um trabalho oficial para aqueles que
estão fora do mercado de trabalho. Esse Projeto do Vereador Fernando Záchia é
simples, competente e com finalidade social. Por isso terá a aprovação da
Bancada do PSDB. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maristela Maffei está com a
palavra para discutir o PLL nº 82/98.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tudo
aquilo que venha trazer benefícios à nossa Cidade e, em particular, facilitar a
vida dos consumidores da nossa Capital, temos que louvar. Nesse sentido, a
nossa Bancada considera de suma importância a iniciativa do Vereador Fernando
Záchia, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos comerciais de
qualquer natureza de trazer publicamente o seu horário de funcionamento. Isso é
muito importante, porque, quando esta Casa discute com profundidade os
problemas da Cidade, mesmo não sendo de grande porte, mas as suas minúcias
caminharem no sentido de facilitar a vida do porto-alegrense, tem mérito e tem
o apoio, com certeza, de todas as Bancadas desta Casa. Então, nesse sentido,
quero reiterar, Vereador, o nosso posicionamento favorável ao seu Projeto.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra
para discutir o PLL nº 82/98.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Vereadoras e Secretários, nós vamos apoiar o Projeto do Ver. Fernando Záchia. O
Projeto merece o nosso apoio, porque no momento em que ele determina que seja
exposto publicamente o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais
de Porto Alegre, ele esclarece a população e, ao mesmo tempo, ele evidencia um
respeito ao interesse dos comerciários, dos trabalhadores que, quando
ultrapasse esse horário, efetivamente, os trabalhadores desses estabelecimentos
recebam as horas extras correspondentes aquelas horas excedentes, tendo em
vista o momento de crise e dificuldade que atravessa o nosso comércio e a nossa
industria, é necessário que ao mesmo tempo se respeite a carga horária, a
jornada de trabalho desses trabalhadores. Portanto, o Projeto do Ver. Fernando
Záchia tem mérito no sentido de, também, proteger os trabalhadores.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra para discutir o PLL nº 82/98.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais
uma vez, o Ver. Fernando Záchia, com a competência que o caracteriza nesta
Casa, faz um Projeto simples, mas que tem um alcance indeterminado. O Ver.
Fernando Záchia lança a obrigatoriedade dos estabelecimentos comerciais de
qualquer natureza afixarem horário de atendimento de fácil visualização.
Tempos
atrás, nesta Casa, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, também um Projeto quase
idêntico, mas relacionado às instituições bancárias, foi aprovado plenamente
por todos os Vereadores.
Vem
agora o Ver. Fernando Záchia, dando um contexto maior na área comercial, exigir
que os comerciantes coloquem visualmente para os consumidores o horário de
atendimento. Parece que, às vezes, o comerciante informa aos consumidores que
vão abrir o estabelecimento às 9h, Ver. Pedro Américo Leal, e, na realidade,
abrem às 10h. Por isso, o consumidor fica um pouco perdido, e ele deve saber,
exatamente, o horário de funcionamento daquele estabelecimento. Sabendo o
horário de funcionamento, esse consumidor vai pautar-se no melhor horário para
fazer as suas compras.
Este
Projeto é feito de simplicidade e, como falei, de criatividade, vai ser
aprovado, nesta Casa, sem dúvida nenhuma, mas alerto os Srs. Vereadores sobre o
artigo 2º: “o não cumprimento desta Lei por qualquer estabelecimento comercial
implica em multa, suspensão temporária ou até cassação do alvará de
funcionamento”.
Eu
faço um apelo ao Secretário da SMIC para que, quando forem aprovados esses
Projetos nesta Casa e sancionados pelo Sr. Prefeito, a SMIC possa executar a
sua fiscalização como um todo. Porque, como o Ver. João Dib sempre diz desta
tribuna, não adianta, nós Vereadores, fazermos leis e mais leis e o Poder
Executivo, que tem o poder de executar e fiscalizar, Ver. João Dib, não tomar
ciência desse Projeto e dessa fiscalização.
Peço,
encarecidamente, à SMIC, a toda a população, que possa também fiscalizar aquele
poder que fiscaliza esses Projetos. Não adianta nós termos um Projeto, Ver.
João Dib, de extrema importância...
O Sr. João Dib: V. Exa. concede um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Gilberto Batista, o Projeto tem qualidade, conquanto
pudéssemos melhorá-lo um pouquinho. Eu apresentei uma Emenda que vai ser lida
pela Mesa, no sentido de que o problema das infrações seja melhor examinado.
O SR. GILBERTO BATISTA: Obrigado, Ver. João Dib. Então, é nesse
sentido que eu faço um alerta à população de Porto Alegre, aos Vereadores, e
também à SMIC, que teria que fiscalizar melhor esse tipo de Projeto para que
ele possa, num todo, exercer na sua plenitude o benefício a que se propõe para
a nossa população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Helena Bonumá está com a palavra
para discutir o PLL nº 82/98.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é
importante, Ver. João Dib, que a gente discuta e ressalte essa proposta que o
Ver. Fernando Záchia nos traz, da obrigatoriedade de que os estabelecimentos
comerciais, de qualquer natureza, fixem o horário do seu funcionamento. Isso é
importante pelo respeito ao consumidor, que é uma das primeiras coisas que
temos que ressaltar nessa iniciativa, que é simples, mas que considero
importante pelo caráter da transformação que ela assegura nessa relação dos
nossos estabelecimentos comerciais com o seu público consumidor.
De
fato, os horários são variáveis e, em inúmeras ocasiões, o consumidor não tem
clareza do sistema de funcionamento de horário dos estabelecimentos.
Eu
considero que é uma medida simples, possível, que não vai ser onerosa aos
estabelecimentos comerciais do Município. Ela ajuda no sentido de organizar a
atividade comercial no Município e traz ao consumidor um benefício, na medida
em que torna claro o horário de funcionamento daquele estabelecimento.
Mas,
eu me inscrevi, até para chamar a atenção no que diz respeito à relação com o
funcionalismo, com os comerciários. Eu penso que, também nessa medida, a
proposição do Ver. Fernando Záchia traz um benefício, porque formaliza,
tornando pública, essa relação, que é o horário de funcionamento, horário que
aqueles servidores estarão ali prestando um serviço.
Isso
é importante, também, porque vem ao encontro de uma preocupação que nós temos,
já desde a outra legislatura, quando apresentamos a esta Casa a discussão do
horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais no Município. Naquela
ocasião, uma das coisas que a gente averiguava é que muitas vezes a extensão da
jornada não vem no sentido de ampliação do mercado de trabalho, e não vem no
sentido de garantia do respeito às obrigações trabalhistas.
Acho
que essa medida do Ver. Fernando Zachia, que é uma medida simples, é um passo
no sentido da garantia do respeito, também, com os trabalhadores comerciários.
O horário está fixado, é público, tem que ser, portanto, assumido por todos,
pelo comerciante, pelo trabalhador que está prestando o trabalho. Isto ajuda
nas relações dos trabalhadores comerciários com os prestadores do serviço do
comércio, no sentido de regulamentar os seus direitos, de regulamentar a
atividade e o trabalho do comerciário.
A
preocupação que nós como Capital temos que ter é que, de fato, a ampliação do
horário de funcionamento, que é uma coisa que se verifica em muitos ramos, é
necessária para uma Cidade, uma Capital que tem afluxo de turismo, de serviços,
de todas as atividades que uma capital comporta, e acaba atraindo em termos de
população, de atividades econômicas, de turismo, de lazer.
Acho
que os prestadores de serviços, os estabelecimentos comerciais que reivindicam
a ampliação dos seus horários, têm razão em reivindicar, mas esta relação
precisa ficar clara, cristalina, precisa ficar estabelecida.
Este
pequeno e singelo mecanismo de tornar público o horário, vem no sentido de
contribuir com a transparência dessa relação.
Do
ponto de vista do consumidor, do usuário do comércio, da organização da atividade
comercial, e do ponto de vista dos trabalhadores, essa medida do Ver. Fernando
Záchia é importante.
A
nossa Bancada manifesta-se a favor. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLL nº 82/98.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto de autoria do Ver. Fernando Záchia é um Projeto singelo, mas importante
nas relações que se estabelecem entre a população e as atividades econômicas e
comerciais. Vejam que ele não estabelece um determinado horário; ele estabelece
o horário, e não um horário. O Projeto, no nosso entender, ajusta-se à
legalidade e à constitucionalidade, porque não trata de jornada de trabalho e
não estabelece um horário. Isso é bom para o estabelecimento comercial,
inclusive sem falar que é muito bom para a população, que passa a ter
orientações claras de que em determinada hora o estabelecimento estará aberto e
que em determinada hora será fechado. Isso diz respeito, também, à área de
circulação da Cidade, pois é um Projeto que tem o mérito de estabelecer um
certo ajustamento ao trânsito, porque os desejos de ordem comercial e econômica
das pessoas jogam na malha viária uma grande quantidade de veículos, pois o
desejo às compras tem uma influência significativa na área de circulação.
Na
medida em que a população apropriar-se dessas informações, isso virá facilitar
os desejos da população na aquisição de bens e mercadorias para sua
sobrevivência. Trata-se de um Projeto bom, que vem indicar e apontar para
algumas racionalizações, do ponto de vista do trânsito, que é importante para a
Cidade. Há um custo, em relação ao trânsito, para a Administração; há um custo,
em relação ao trânsito, para os equipamentos urbanos; há um custo, em relação
ao trânsito, para a própria economia da Cidade; e Projetos dessa natureza podem
trazer contribuições ao desenvolvimento da Cidade. O que queremos é o bem da
Cidade. Esse é o nosso grande desiderato. Quando iniciativas trazem esses
atributos, temos que discutir, no sentido de divulgar e aprovar, no sentido de
concretizar medidas que venham a atender interesses da nossa população. Com
qualquer um de nós pode ocorrer fazer um determinado deslocamento à uma
atividade comercial e, quando chegamos no local, ou fechou ou encontramos com
horários determinados, que fazem com que tenhamos que desistir e procurar
outros locais.
Esse
modesto e singelo Projeto têm conteúdo, razoabilidade e densidade, do ponto de
vista de atender aos interesses da população e, nesse sentido, voto
favoravelmente ao Projeto de autoria do Ver. Fernando Záchia. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
Projeto de Lei Legislativo nº 082/98, de autoria do nobre Ver. Fernando Záchia,
propicia uma unanimidade, na medida em que foi analisada por quatro Comissões
temáticas da Casa e mereceu parecer favorável de todas elas: os pareceres do
Ver. Guilherme Barbosa, da Comissão de Justiça; João Bosco Vaz, da CEFOR;
Antonio Hohlfeldt, da CUTHAB e Hélio Corbellini, da Comissão de Defesa do
Consumidor. Aliás, é exatamente na Comissão de Defesa do Consumidor que nós
encontramos mais ressonância para esta matéria, na medida em que, sabidamente,
o objetivo central, confessado pelo Ver. Fernando Záchia no seu Projeto de Lei,
na sua Exposição de Motivos, é favorecer o cotidiano do consumidor, evitando
que o mesmo fique desarvorado diante da inexistência de um horário comum de
funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais. O Ver. Hélio Corbellini
sabe o quanto isso é verdadeiro. Eu quero confessar lisamente, Vereador, que
até a presente data eu não tinha me apercebido desse fato, porque a tendência é
que todos nós tenhamos hábitos mais ou menos rigorosos, consumidores cativos
que somos de determinadas lojas, supermercados. Sabemos que depois das 22
horas, nós só podemo-nos socorrer das quitandas existentes. E eu não nunca
havia me apercebido dessa circunstância de que os horários de funcionamento não
são idênticos em todos os estabelecimentos. Acho que esse Projeto do Ver.
Fernando Záchia é objetivo - e sempre me socorro do brilhante parlamentar Pedro
Américo Leal, que diz que as coisas simples são aquelas que trazem mais
conseqüências práticas. Normalmente, as coisas muito complicadas, muita
vírgula, muito atalho, acabam causando confusão e não cumprem os seus
objetivos. E esse Projeto diz, claramente, no seu artigo 1º: “Os
estabelecimentos comerciais, de qualquer natureza, ficam obrigados a afixar, em
local de fácil visualização, o horário do seu funcionamento”. E, depois de
falar na possibilidade de multa, de suspensão temporária e até da cassação do
alvará de funcionamento, complementa, no parágrafo único, dizendo: “O Poder
Executivo estabelecerá a regulamentação para as penalidades.” É evidente, e ao
Poder Executivo compete até adentrar no detalhamento daquilo que a Lei
estabelece. E a lei - como diz o Ver. João Dib - tem que ser clara, concisa e
precisa. Cumprimento o Ver. Fernando Záchia pela sensibilidade que teve em
flagrar uma realidade, o que é importante num homem público, principalmente num
Vereador que vive o cotidiano dos munícipes, coisa que não tive oportunidade de
fazer. E o fez nesse Projeto de Lei com uma meta determinada, que permitirá,
com a decisão da Casa e do Sr. Prefeito, propiciar ao consumidor saber
exatamente onde, como e quando pode ingressar nos estabelecimentos comerciais,
satisfazendo as suas necessidades de consumidor. Cumprimentos ao Ver. Fernando
Záchia, e, obviamente, tem o nosso apoio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir o PLL nº 82/98.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este
Projeto, como já foi dito por alguns colegas Vereadores, é extremamente
simples, mas, muitas vezes, algo por ser simples e óbvio passa imperceptível
junto à população. Por que isso? Quantos de nós já nos deparamos - ao
dirigirmo-nos a um local -, com as portas fechadas. Certamente isso já ocorreu
com quase todos nós. E é por isso que eu ressalto essa simplicidade,
praticamente sem custo, porque basta o estabelecimento fixar na sua entrada, o
seu horário de atendimento. Isso não é feito na maioria dos estabelecimentos
comerciais. Volto a dizer, quantos de nós já passamos por esse desconforto, de
sairmos de nossa residência, irmos até um local para fazermos uma compra, e
chegamos lá e aquele estabelecimento está fechado. Isso vai marcar uma posição
muito clara em nossa Cidade. Cada estabelecimento, dentro do livre arbítrio,
vai colocar, em lugar visível, a toda a população, o seu horário de
funcionamento. O Projeto de Lei, dentro da sua simplicidade, tem um parágrafo
único que diz: “Cabe ao Poder Público estabelecer a regulamentação para as
penalidades”. O Vereador não quis se envolver com essa questão porque, na
realidade, quem é penalizada muitas vezes é a população. Então, algo que é
óbvio, simples, vai facilitar e muito a vida do dia-a-dia do cidadão
porto-alegrense. Por isso, Ver. Záchia, eu quero saudar V. Exa. por essa
iniciativa, simples mas que vai facilitar, com eu já disse, em muito, a vida
dos porto-alegrenses, porque pelo menos esse desconforto não vai acontecer, ou
pelo menos vai solucionar aquele procedimento de as pessoas terem que “fazer
hora” até abrir o estabelecimento. O shopping abre em determinado horário e
cada estabelecimento localizado, ali, abre em horário diferente, e aí vamos
fazer o dito footing, passeando até
que abra o estabelecimento. Hoje, não sabemos em que hora abre o
estabelecimento e Isso é imprescindível, porque muitas vezes acabamos
desistindo.
Pela
sua simplicidade, temos a certeza de que esse Projeto será aprovado por
unanimidade nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra para discutir o PLL nº 82/98.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Senhoras e Senhores
Vereadores, o objetivo do Projeto já foi ressaltado pelos Vereadores que me
antecederam, e houve por parte deles a compreensão de alcançarmos juntos esse
objetivo. Ao fazermos um Projeto, temos a preocupação de vê-lo transformado em
lei, tendo o cuidado, ao criá-lo, para que não haja dificuldades para a sua
implantação ou que cause dificuldades para o Executivo Municipal fiscalizá-lo
ou para quem, obrigatoriamente, tem que arcar com este cumprimento. Nós que
queremos construir uma cidade melhor para todos, temos o objetivo de fazer
coisas que poderão ou deverão ser cumpridas, mas que facilitarão a vida dos
porto-alegrenses. Digo isso, porque há uma preocupação de todos, e a Vera.
Helena Bonumá foi precisa, é um Projeto simples, mas com objetivos claros:
desde a relação com o comerciário, que é extremamente importante, até a relação
com o consumidor e a facilidade para o comerciante. Não haverá custo algum,
simplesmente haverá, por parte do comerciante, a boa vontade de informar para a
comunidade ou a seu provável consumidor, o horário em que o seu estabelecimento
vai funcionar. Em cima dessa linha de raciocínio, deixamos para o Executivo
Municipal, porque não é este Vereador que terá a capacidade de dizer quais as
penalidades e, sim, o Executivo Municipal que vivencia este dia-a-dia. No
parágrafo único, artigo 2º, diz: “O Poder Executivo estabelecerá a
regulamentação para as penalidades previstas. O não-cumprimento desta Lei
implicará multas, suspensão temporária, cassação do Alvará de funcionamento.”
Não é esse o objetivo, de penalizar os comerciantes. O objetivo claro é de
conscientizar os comerciantes de que isso será um acréscimo para o coletivo.
Será um acréscimo para os comerciantes, para os comerciários e para a população
de Porto Alegre. É um Projeto simples, pequeno, mas objetivo pela sua
facilidade, desde que haja por todo este coletivo a boa vontade na sua
implantação, de fazer com que o comerciante coloque uma pequena placa, um
painel, um pequeno aviso, dizendo o horário de funcionamento do seu
estabelecimento.
Eu
tenho a convicção de que houve, por parte das Senhoras e Senhores Vereadores, a
compreensão, Ver. Elói Guimarães, e a boa vontade de todos nós, para podermos
fazer algo que será fácil a sua aplicação e todos nós, cidadãos de Porto
Alegre, teremos uma maneira mais fácil de convivermos com esta relação comércio
e consumidor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos a Emenda nº 01, de autoria do
Ver. João Dib, aposta ao PLL nº 82/98. O
Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar pelo PMDB, a votação do
PLL nº 82/98.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
deixar clara uma situação que, no futuro, poderia complicar um pouco o Projeto.
Infelizmente o Ver. João Dib não está no Plenário, mas ele fez esta Emenda
alterando a relação do art. 2º, no seu parágrafo 1º, que fala das penalidades
pelo não-cumprimento por parte dos comerciantes.
Vejam
Sras. e Srs. Vereadores, quando digo no parágrafo único, que o Poder Executivo
estabelecerá a regulamentação para as penalidades, através de decreto, e as
penalidades já estão previstas no seu art. 2º, que serão a aplicação de multas,
a suspensão temporária e cassação do alvará de funcionamento, nós deixaremos
esta responsabilidade para o Executivo fazer isso através de Decreto.
Infelizmente
a ausência do Ver. João Dib não me permite fazer uma articulação melhor, mas
faço a solicitação para que nós rejeitemos a Emenda e deixemos que o Projeto,
sendo aprovado, que o Executivo, através da regulamentação por decreto, faça a
previsão das penalidades constantes no seu art. 2º. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, o Ver. Adeli Sell faz um
Requerimento no seguinte sentido: tendo a Emenda entrado em tempo hábil, ou
seja, antes de encerrar a discussão, nós possamos votar a dispensa de parecer
das Comissões.
Em
votação o Requerimento de dispensa de parecer para a Emenda 01 ao PLL nº 82/98.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação nominal, solicitada pela Vera. Helena Bonumá, o PLL nº 82/98. (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 29
votos SIM.
Em
votação nominal a Emenda nº 01 ao PLL nº 082/99. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda por 05 votos SIM; 19 votos NÃO; 04 ABSTENÇÕES.
O
Ver. João Dib está com a palavra para um Requerimento.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr.
Presidente, eu solicitaria que me fosse fornecido nominalmente o voto de cada
um dos Vereadores a esta Emenda. E eu justifico: provavelmente haja um veto, e
se houver um veto eu gostaria de estar alicerçado na votação desta Emenda.
O SR. PRESIDENTE: Pois não, Vereador, será encaminhado a V.
Exa. o objeto da sua solicitação.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/ com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
3197/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/98, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede os
títulos honoríficos de Líder Esportivo e Esportista Exemplar ao Senhor Léo
Evandro Tubino Fraga.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
49/98. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Léo
Evandro Tubino Fraga é Presidente da Federação Gaúcha de Futebol de Salão. Ele
é uma daquelas pessoas que, durante toda a sua vida, se dedicou a esse
desporto. Foi árbitro, diretor técnico, diretor da escola de arbitragem e, nos
últimos anos, presidente. Foi com ele que o futebol de salão do Rio Grande do
Sul teve a sua ascensão. Hoje, o futebol de salão do Rio Grande do Sul é, sem
sombra de dúvida, o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo. A base das
seleções brasileiras, nos últimos anos, foi formada por atletas do Rio Grande
do Sul.
Eu
tive a oportunidade, durante três anos, de trabalhar junto com Léo Fraga na
Subsecretaria de Desporto, onde ele era assessor e secretário. Na época,
juntamente conosco, foi um dos fundadores da Associação dos Amigos do Centro
Estadual de Treinamento Esportivo. Ele é uma daquelas pessoas que,
diuturnamente, vive o desporto no Rio Grande do Sul e procura implantar o
futebol de salão em cada Município.
O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Cumprimento V. Exa. pelo justo reconhecimento ao Léo Fraga. Ele é
uma pessoa que muito fez em termos de esporte para a Cidade de Porto Alegre e
para o Estado do Rio Grande do Sul. É justo e oportuno que, através deste
Projeto de V. Exa., nossa Cidade possa registrar o Léo Fraga como desportista
exemplar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: O Ver. Fernando Záchia é um Vereador
ligado ao desporto, bem como o Ver. João Bosco Vaz.
O Sr. João Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Carlos Alberto Garcia, parabéns pela iniciativa. Nós que
militamos no meio esportivo sabemos das qualidades pessoais e profissionais do
Léo Fraga. Eu já tive oportunidade de homenageá-lo na grande festa do encontro
do esporte por duas vezes consecutivas. O futebol de salão, no Rio Grande do
Sul, é dividido antes e depois do Léo Fraga. Parabéns, muito obrigado.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Léo Fraga é daquelas pessoas que
trouxeram ao futebol de salão uma dimensão mercadológica, inclusive
possibilitando que os jogos de futebol de salão passassem a ser televisionados.
É
por isto que solicitamos, mais uma vez, aos nobres Pares o deferimento especial
a este líder esportivo, que, realmente, tem contribuído e muito ainda
contribuirá para o desporto do nosso Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PR 049/98. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1241/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/98, que altera dispositivo da Lei
Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras
providências.(possibilidade de convocação para RDE, de servidores sem formação
universitária ou habilitação legal equivalente, conforme exceções previstas em
lei) Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz:
pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, §
1º, I e III, da LOM;
- adiada a votação por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLCE 002/98. (Pausa.)
A SRA. SÔNIA SANTOS: (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de propor a esta
Casa uma Moção de Solidariedade ao povo gaúcho, especialmente ao povo de
Guaíba, que se entristece pela não-vinda da empresa Ford para o nosso Estado.
O SR. PRESIDENTE: Eu informo à nobre Vereadora que nós
estamos na Ordem do Dia, e que os Requerimentos podem ser feitos na próxima
parte da Ordem do Dia.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Por perceber que estamos quase sem
quórum, eu gostaria de deixar registrada esta proposição e nós poderemos
oficializá-la na próxima segunda-feira.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência constata a inexistência
de quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 12h20min.)
* * * * *